Haken – Vector

É um dos mais esperados e triunfantes regressos do metal progressivo. Os Haken são jovens, mas já há algum tempo que são os porta-estandartes do género, com música inovadora, progressiva e muito técnica. Curiosamente, é uma das bandas do género que sigo há menos tempo, tendo-me tornado um ouvinte acérrimo a partir do lançamento de 2013, The Mountain. Desde então, considero-me um fã do grupo britânico e considero-os a principal banda do género, pelo menos, aquela que mais brilhantismo tem e a que mais pode fazer para inovar e restaurar o sentimento que foi criado por bandas como Dream Theater, Queensryche, Tool, Fates Warning, entre outras.

Vector é já o quinto álbum de originais do (ainda) jovem grupo. Este pode ser visto como um dos lançamentos mais pesados da banda, debruçando-se uma toada mais metal e, ao mesmo tempo, mais surreal. Segundo os próprios membros do grupo, é um álbum que se inspira na surrealidade de filmes como The Shining ou Laranja Mecânica para obter aquele quê de psico-analismo que compõe um dos discos mais matemáticos e científicos da discografia dos Haken.

Com uma sonoridade maioritariamente épica interligada por um conceito inteligente e ‘algebricamente’ bem trabalhado, Vector impressiona pela sua suavidade e trabalho instrumental, nunca permitindo que haja repetição e trazendo sempre algo novo a uma discografia já de si bastante rica. Nunca fui muito de fazer análises faixa a faixa, mas este álbum merece um reconhecimento diferente, de notar as épicas “Veil”, “Nil by Mouth” e “Host” que preparam o ouvinte para a igualmente melódica e instrumentalmente doentia. “The Good Doctor” é amplamente inovadora, acrescentando a tecnologia a um álbum que se baseia muito nisso mesmo, por isso mesmo foi lançada como música de apresentação do disco. A faixa é seguida pela bem composta e rica “Puzzle Box” que introduz o ouvinte ao psicadélico e surrealismo de todo este Vector; parabéns ao fantástico trabalho do baterista, Ray Hearne, que tem um dos melhores desempenhos da sua carreira com esta música. Tudo isto, tinha de ser apresentado por uma intro que fosse digna do álbum, “Clear” é isso mesmo, acrescentando uma tonalidade mística e misteriosa ao disco, deixando o ouvinte na expectativa.

Autor: João Braga

Álbum. InsideOut Music. 26/10/18

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