Ray Alder – II

Neste segundo lançamento a solo, Ray Alder regressa com o metal/rock progressivo melódico, intrincado e intenso que sempre nos habituou ao longo da sua carreira em Fates Warning e Redemption, sobretudo agora que se apresenta, igualmente, a solo após What The Water Wants, lançado em 2019. Apesar da sua carreira em Fates Warning, a realidade é que esta sua carreira a solo é mais semelhante à sua carreira em Redemption, que veio a deixar antes de se iniciar a solo. No entanto, muita da complexidade dos icónicos mestres do metal progressivo foram sendo passados para os seus lançamentos.

Repetindo uma fórmula bem-sucedida no seu primeiro disco, II leva-nos numa rota de emoções mais pessoais e exploradoras da mente humana, optando, desta vez, por um caminho mais sentimental e discreto, sem que haja temas altamente eléctricos ou poderosos. Na verdade, apenas a faixa de abertura, “My Oblivion” e “Changes” nos fazem mexer e sentir um álbum que, por vezes, parece ser demasiado discreto. Ao contrário do álbum de estreia, este II tenta explorar uma musicalidade mais genérica com faixas muito melódicas e de refrão fácil sem serem demasiado complexas. Apesar de não ser um álbum fantástico, não lhe daria uma nota negativa, pois pode agradar a públicos adeptos de um metal progressivo mais relaxado e simples. De facto, o que mais se destaca, para além da produção limpa e exemplar, é o desempenho de Alder que se destaca numa banda competente, que tem em temas como “Changes”, “My Oblivion”, “This Hollow Shell” e “Waiting for Some Sun” uma oportunidade para fazer companhia ao muito bom desempenho do seu líder.

II é um álbum competente, sólido e de fácil audição. Peca por repetir uma fórmula já ouvida no disco de estreia do vocalista lendário, mas brilha com momentos como “This Hollow Shell”, “My Oblivion” e “Changes”, que se destacam com belos desempenhos e uma produção optimizada. Este segundo lançamento de estúdio é de tão fácil audição que, por vezes, nos desligamos do álbum em si devido àquilo que muitos poderão apelidar de genericidade sonora em muitas das faixas. É um segundo disco interessante, mas curto para a capacidade de Ray Alder e companhia dando-nos, pelo menos, esperança de termos um terceiro disco mais dinâmico.

Autor: João Braga