Greta Van Fleet – Anthem of the Peaceful Army

Quando li as primeiras críticas e reacções a este álbum, notei que praticamente todas elas tinham sempre referências e comparações com os Led Zeppelin. Quer seja pelo timbre do vocalista, pelas parecenças sonoras ou pelo o estilo dos músicos, era rara a crítica que não fazia esta comparação. E é precisamente aí que os Greta Van Fleet saem “inferiorizados”, porque comparar qualquer banda que seja com os Led Zeppelin, é sempre uma tremenda injustiça pois estamos a falar de uma das maiores bandas de rock do mundo.

No entanto, este Anthem Of The Peaceful Army é um bom álbum de classic rock com uma sonoridade tipicamente americana e todos os elementos essências para criar um álbum de rock com sucesso.

Depois do lançamento de dois EPs com bastante qualidade em 2017, este álbum reúne onze faixas originais com uma sonoridade mais trabalhada e diversificada, notando-se uma evolução face aos trabalhos anteriores. Há faixas absolutamente geniais e que são uma excelente viagem no tempo, fazendo-nos voltar às décadas de 60 e 70 com um sorriso nos lábios. “When the Curtain Falls”, “Love, Leaver (Taker, Believer)” ou “The Cold Wind” são as malhas mais pesadas apesar de terem um toque dançável e blusie, abrindo o caminho para a power ballad “Watching Over”. Há ainda lugar para várias faixas mais calmas, com a guitarra acústica a ser o elemento orientador da sonoridade, fazendo-nos lembrar os Lynyrd Skynyrd ou os Eagles.

É difícil ouvir os Greta Van Fleet e não nos lembrarmos de dezenas de bandas de outras décadas, especialmente dos anos 70. Além dos já referidos, há um pouco de The Rolling Stones, Aerosmith, The Who e, claro, Led Zeppelin. Mas há também The Temperance Movement, RavenEye ou Rival Sons, que são ingredientes bem mais recentes e igualmente bons.

No fundo, existem muitas referências e parecenças com outros artistas e bandas mas os Greta Van Fleet conseguem, ainda assim, criar o seu som e ressuscitar o classic rock como há muito não se ouvia. Foi um acto de coragem e merecem respeito por isso.

Autor: Gonçalo Cardoso