2018 podia ter sido um ano difícil para os Redemption – com a saída do icónico Ray Alder do vocal da banda – e a redefinição da direcção da banda. A substituição foi vista por muitos como indicada, a entrada de Tom S. Englund, vocal dos Evergrey, a banda decididamente manter uma direcção que era há muito adorada mesma, sobretudo a partir de 2011.
No entanto, o ano difícil já não pareceu tão difícil assim. O grupo conseguiu manter um rumo de sucesso, com um metal progressivo melódico e tecnicamente apurado. O lançamento de Long Day’s Journey Into Night mostra isso mesmo. Apesar da saída de Alder da banda, para se focar nos Fates Warning e na sua vida pessoal, muitos foram os fãs que viram esta saída como uma lufada de ar fresco para a componente criativa e instrumental da banda. Apesar de algumas diferenças, os Redemption não quiseram ‘inventar’ muito, mantendo um rumo maioritariamente semelhante, recrutando alguém que poderia estender o trabalho antes iniciado por Alder e companhia.
O álbum começa com a efusiva “Eyes You Dare Not Meet In Dreams” carregada de ‘maneirismos’ instrumentais bem pesados e potenciados pelo vocal pesado de Englund. “Someone Else’s Problem” até ganhou um videoclip e mereceu especial atenção por parte da banda, com alguns elementos mais comerciais e mais ‘radio-friendly’, no entanto, é de apreciar a melodia da música e a importância da guitarra. As avantajadas “Little Men” e “Impermanent” estão carregadas de peso, sendo juntamente com “Indulge In Color” as faixas mais pesadas e técnicas deste álbum. A junção Evergrey/Redemption resultou muito bem, implementando elementos melódicos muito típicos das duas bandas. O álbum ganha o adjectivo de diverso com a faixa quase deprimente “And Yet” que fornece uma visão mais sombria do mundo romanticamente progressivo dos Redemption.
Sim, admito que o álbum não é fantástico nem contém os elementos há muito desaparecidos desde os primórdios da banda. A partir de 2011, o grupo foi-se definindo como uma banda de metal progressivo que preza pela instrumentalidade complexa e melódica, sem apoiada por letras inteligentes e muitas vezes negativas. Tom S. Englund faz uma óptima estreia, numa banda já icónica que não precisa de apresentações. Faixas a destacar: “Eyes You Dare Not Meet In Dreams”, “Little Men”, “Impermanent”, “Indulge In Color” e a longa “Long Night’s Journey Into Day”.
Autor: João Braga