Procol Harum – Novum

É incrível a longevidade dos mestres britânicos do rock sinfónico, criadores e pioneiros de um género musical que tem ficado cada vez mais esquecido, ao longos dos anos. Os Procol Harum voltaram, como os americanos dizem, com um “bang,” conseguindo produzir de um álbum diverso e cheio de energia, apesar dos quase 50 anos de carreira. A banda fundada em 1967 – e que infelizmente é maioritariamente conhecida pelo sucesso “A Whiter Shade of Pale” – foi, ao longo dos anos, lançando discos de fazer inveja a muitas bandas mais jovens do rock. Donos de uma discografia riquíssima e de uma energia inigualável, Novum personifica e demonstra que o grupo está longe de estar morto, musicalmente, aliás antes pelo contrário.

Os Procol Harum surgem, em 2017, com um álbum dinâmico e cheio de energia, com muito rock sinfónico e com letras bem à medida da década de 70, em que a banda perdurou como uma das grandes bandas da época.  Novum tem muito dos clássicos Procol Harum, com muito de Home e Broken Barricades, mas também apresenta uma nova imagem que foi sendo criada em The Prodigal Stranger e, mais tarde, no último disco do grupo, The Well’s on Fire. “I Told On You” estabelece o ritmo para todo o álbum, demonstrando a imagem que a banda pretendia imprimir para o resto do disco; “Last Chance Motel,” “Image of the Beast,” “Neighbour,” “Businessman,” “Can’t Say That,” são, de facto, as faixas mais 70’s com muito mais do rock sinfónico/progressivo e com muitas músicas vivas e mexidas. O resto do álbum mostra uns Procol Harum mais melancólicos, marca que foi sendo construída a partir de Something Magic, fórmula essa que teve sucesso e que volta a estar aqui presente. Demonstração disso, são as últimas duas faixas que fecham o disco de uma forma mais melancólica e mais clássica, com presença do piano e com ênfase na voz do fantástico e lendário Gary Brooker.

Resumidamente, Novum é um lançamento de estúdio de sucesso, cheio de energia e dinâmico, que mostra uma banda com quase 50 anos de existência, mas que ainda está aí para as curvas. É um álbum que resume uma carreira, com uma discografia rica e variada, desde o mais rock sinfónico e progressivo até a um rock mais clássico e comercial. Grande destaque para o trabalho de Brooker, o líder da banda e único membro da formação original.

Autor: João Braga

Álbum. Eagle Rock Entertainment. 21/04/17

Classificação

8.2