Uma banda iniciada por Mick Moss e Duncan Patterson, este último ex-Anathema, que mais tarde se retirou da banda para deixar Moss sozinho ao leme desta embarcação que nos traz um rock atmosférico, com alguns extras de metal progressivo, rock progressivo e gótico. Tendencialmente, apresenta uma temática depressiva e melancólica, tendo ‘electrificado’ o seu som, deixando parte do seu som mais atmosférico e acústico.
The Judas Table apresenta-se como o álbum mais eléctrico da discografia dos Antimatter, muito devido ao intenso esforço implementado por Mick Moss que, sozinho, desde a saída de Patterson tem construído um legado de sucesso, combinando os recentes esforços eléctricos com as temáticas melancólicas e atmosféricas que tornaram a banda famosa. A fórmula apresentada neste lançamento de 2015 parece ter resultado, tendo obtido um excelente resultado de aceitação por parte dos fãs e da crítica.
Após a saída de Leaving Eden, um dos grandes álbuns do século XXI, a expectativa aumentou exponencialmente, mostrando a mudança de estilo que, apesar de se ter mantido presa à base inicial, conseguiu mostrar uma nova faceta da banda capitaneada por Moss. As surpreendentes “Black Eyed Man”, “Killer”, “Comrades”, “Stillborn Empires”, “Can of Worms” e “Integrity” mostram essa mudança que ‘chocou’ os fãs devido à sua ‘agressividade melancólica’ que nunca chega a exceder os limites do razoável nem a fugir da base, inicialmente, formulada pelo duo maravilha.
O título do disco vem bem a preceito, mostrando e evidenciando, ao longo do álbum, uma presença quase culpada e irónica de uma realidade contemporânea que parecemos querer esconder. Apesar de poder não ser um dos álbuns preferidos dos fãs mais acérrimos do grupo, The Judas Table conseguiu atingir em cheio o meu ‘soft spot’ que possuía pela banda, desde a minha primeira audição (que não foi assim há muito tempo).
Felizmente, os Antimatter são daquelas bandas que sabem compor música inteligente e que faz sentido. Muitas vezes, contextualizada na realidade contemporânea e nos ‘podres’ actuais, a discografia da banda está cheia de chamadas de atenção que, neste álbum, são ainda mais evidentes. Tornar o som mais ‘pesado’ e eléctrico adicionou uma maior melancolia e um ambiente de ‘rock atmosférico’ que sempre foi potencializado, nos álbuns anteriores, pelos cânticos e arranjos instrumentais melódicos. A fama da banda tem crescido de forma evidente, daí a saída do seu primeiro vídeo “Stillborn Empires”, retirado deste último disco de estúdio.
Autor: João Braga