Novo ano, novo álbum para os Fates Warning, isto apesar de estarmos a meio do ano, é sempre uma grande novidade um álbum dos Fates Warning. Após 2004 e o excelente disco, FWX, a banda decidiu suspender actividades para só voltar em 2013 e lançar o fantástico Darkness in a Different Light. Parece que foi ontem que o lançamento de 2013 se verificou, mas felizmente ou infelizmente, dependendo das perspectivas, o tempo passa rápido e ficámos a conhecer o novo resultado discográfico dos lendários mestres do metal progressivo. O novo disco intitulado Theories of Flight é um dos mais aguardados do ano e mostra o regresso de um dos mais talentosos grupos da história da música.
Muitas críticas são favoráveis em mostrar Theories of Flight como um dos melhores lançamentos da banda, no entanto esse é um pensamento que me escapa, apesar da clara qualidade do disco. Parece-me que, em certos momentos, o álbum deixa de ter a marca ‘Fates Warning’, adoptando uma componente muito mais melódica que, apesar de ter estado sempre presente ao longo da sua discografia, me parece demasiado exagerada, neste lançamento.
O disco tem um pouco daquele lema popular – “primeiro estranha-se, depois entranha-se” – que ao longo do álbum se demarca ainda mais com as faixas finais. Não o adorei, nas primeiras audições, mas passei a gostar bastante dele após um ‘par’ de audições. Algumas das faixas que me pareceram melódicas demais, acabaram posteriormente por me fazer perceber que tinham algo mais na sua melodia. A verdade é que a componente progressiva tem um forte peso neste álbum, apesar de em comparação com o seu antecessor me parecer que existe em menor quantidade e qualidade. Ray Alder tem, neste disco, uma das melhores performances da sua carreira, basta atentar às faixas “Seven Stars”, “From The Rooftops” e “The Light And Shade Of Things”. Alder é um dos meus vocalistas preferidos e vai tendo um papel ainda mais preponderante na composição dos lançamentos dos Fates Warning, conseguindo aqui um dos melhores desempenhos da sua carreira.
Apesar das excelentes reviews lançadas, nos últimos dias, não consigo ver este álbum como um dos melhores da discografia da lendária banda. Acho que é um bom álbum que consegue manter uma componente progressiva, mas que exagera na componente melódica, assemelhando-se muito a Redemption, outra das bandas que adoro, mas cujo estilo não quero ver a ser adaptado na música de Fates Warning. Ainda assim, é um bom disco, tal como mostra a pontuação dada. Theories of Flight é muito diferente de Darkness in a Different Light, um dos melhores da década, mas supera-se pela qualidade vocal que Ray Alder consegue implementar neste lançamento e, por vezes, pela qualidade lírica que este mais recente disco consegue apresentar.
Autor: João Braga