TRIVIUM – “Vengeance Falls”
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Depois do aclamado “In Waves” e da respectiva tour mundial que terminou com o espectáculo de estreia em Portugal há um ano atrás, os Trivium não descansaram e lançam dentro de uma semana o seu sexto álbum da carreira. Já eram conhecidos alguns temas como ‘Brave This Storm’, ‘Strife’ ou ‘No Way To Heal’, mas os contornos finais de “Vengeance Falls” tem muito mais para contar.
Os Trivium, por bons riffs e melodias que escrevam, sempre actuaram na sua zona de conforto. A única vez que não decidiram emular o seu próprio som (ou o dos Metallica, no caso do álbum “The Crusade”), resultou em “Shogun”. Dadas as evidências, é difícil perceber porque é que se insiste em «regravar» coisas tão parecidas. Como Chuck Palahniuk escreveu no célebre “Fight Club”: «Uma cópia de uma cópia de uma cópia.» Facilmente identificamos elementos já pertencentes a outras músicas do passado da banda. Há aquele riff do “Ascendancy”, há aquela progressão do “In Waves”, há aquele ritmo do “The Crusade”, etc. Nos dez temas deste álbum dificilmente se irão encontrar algumas novidades, a não ser o novo padrão vocal de Matt Heafy… demasiado influenciado pelo novo produtor, David Draiman – vocalista de Device e Disturbed. Claro está como Matt se faz ouvir. A forma como se apresenta nos versos de ‘Strife’ e ‘To Believe’ são algo escandalosas, como se não existisse segurança o suficiente para fazer aquilo que sabe. A produção em tudo é um ponto negativo deste “Vengeance Falls”. Nem sempre a pujança de Nick Augusto tem o destaque merecido (a não ser a porrada que dá aos pedais) e Corey Beaulieu mal se deixa ouvir nos poucos «berros» que há neste disco. São exploradas ideias das influências de Heafy – a introdução de ‘At The End Of This War’ lembra o seu registo vocal na versão que fez para ‘Harvest’ dos Opeth – mas somadas as coisas é difícil ter pontos a favor para além do «riffs fixes». A favor estão os solos de guitarra, talvez os mais inspirados até ao momento da carreira da banda. Há espaço até para um solo de baixo na aventureira ‘Incineration: The Broken World’, que parece uma versão de Disturbed no primeiro minuto. ‘Wake (The End Is Nigh)’ até faz lembrar um pouco daquilo que ouvimos na épica ‘Shogun’, faixa-título do álbum de 2008, mas uns furos abaixo… tal como a sua duração. Curiosamente, tendo acesso à edição especial deste “Vengeance Falls” verificamos duas faixas bónus para além da versão de ‘Skulls… We Are 138’ dos Misfits: ‘No Hope For The Human Race’ e ‘As I Am Exploding’. Curiosamente estas duas faixas estão acima de algumas incluídas na versão normal, como as insípidas ‘Through Blood And Dirt And Bone’ ou mesmo ‘Vengeance Falls’.
Posto isto e dado o lançamento tão rápido, surge a pergunta se os Trivium queriam realmente lançar este disco. Sendo a Roadrunner Records a editora-tubarão que é e com enormes obrigações discográficas, a resposta pode ser naturalmente obtida. Com mais tempo despendido e com uma abordagem mais ambiciosa, o álbum podia ter sido outro.
// Nuno Bernardo
Membros
Matt Heafy – Voz, Guitarra
Corey Beaulieu – Guitarra, Voz
Paolo Gregoletto – Baixo, Voz
Nick Augusto – Bateria
Alinhamento
Brave This Storm | Vengeance Falls | Strife | No Way To Heal | To Believe | At The End Of This War | Through Blood And Dirt And Bone | Villainy Thrives | Incineration: The Broken World | Wake (The End Is Nigh)
[Álbum / Roadrunner Records / 15 Outubro 2013]
Classificação
58%
Surge a pergunta se os Trivium queriam realmente lançar este disco. Sendo a Roadrunner Records a editora que é, a resposta pode ser naturalmente respondida.