WINDHAND – “Soma”
Os Windhand não fazem música para todos gostarem. Na verdade, o pouco público alvo que “Soma” pode agradar irá gostar de ouvir uma versão norte-americana algo arrojada mas comprometida dos Electric Wizard. Os ingredientes parecem os mesmos: “Soma” é lento, ideal para meditação ou algum outro ritual de relaxamento diário/semanal (para bom entendedor…). As paisagens monolíticas aqui despejadas podem estar mais intensas do que estavam no trabalho de estreia, mas algo longe do resultado obtido no split com Cough lançado em Abril deste ano.
Para quem não está dentro do género e tem um primeiro contacto com os arrastamentos de Windhand pode sair algo surpreendido, mas de certo que tal iria ofender “Dopesmoker” dos Sleep. A sua durabilidade é também algo a apontar – quando já estamos cansados de alguns riffs repetitivos que embaçam, o álbum deveria terminar… mas não, restam trinta (!) minutos maratonescos de ‘Boleskine’. Ainda que as suas variações acústicas e direcções artísticas componham um trabalho algo pensado, “Soma” é não mais do que uma soma de pequenos números: a quantidade de factores a somar podem ser tantos quantos os Windhand desejarem, mas o resultado final pode não ser o que projectaram.
Há malvadez, há tons cinzas, há groove, há uma certa recuperação da mística das guitarras de Tony Iommi e dos sons de Pentagram ou Saint Vitus, mas uma má gestão das ideias não devolvem um disco sólido, tornando-o apenas recomendável a quem fizer muita questão de pôr os ouvidos num doom/stoner pouco inovador e de ideias esgotadas. “Soma” deveria ser mais do que riffs e peso, mas não é.
// Nuno Bernardo
Membros
Dorthia Cottrell – Voz
Asechiah Bogdan – Guitarra
Garrett Morris – Guitarra
Parker Chandler – Baixo
Ryan Wolfe – Bateria
Alinhamento
Orchard | Woodbine | Feral Bones | Evergreen | Cassock | Boleskine
[Álbum / Relapse Records / 17 Setembro 2013]
Classificação
62%
"Soma" é lento, ideal para meditação ou algum outro ritual de relaxamento diário/semanal (para bom entendedor...).