KONGH – “Sole Creation”
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“Sole Creation” traz o trio sueco de volta aos lançamentos, quatro anos depois do aclamado “Shadow Of The Shapeless”. Quatro é, também, o número total de faixas que nos esmagam contra a parede enquanto tentamos imitar a voz de David Johansson. Um sludge de barba rija, embora bastante melódico, compõe um registo rico em contrastes.
A faixa-título abre o álbum ao mesmo ritmo que um vulcão entra em erupção. Enquanto as primeiras fagulhas surgem do alto da montanha, os Kongh fazem expelir a sua lava pelos vales abaixo e assolam a fauna e a flora que encontram no trajecto, vocalizados por um tom metamorfoseado entre Brent Hinds e Layne Staley. ‘Tamed Brute’ é tudo menos inofensiva, ao contrário do que o seu nome sugere. É uma faixa ainda mais intensa à medida que a voz vai crescendo e os riffs vão lentamente preenchendo uma grossa camada de som ao estilo de Yob. O álbum entra no ouvido e ‘The Portals’ ajuda imenso nesse aspecto. Sem perder o fio das duas faixas anteriores, os suecos conseguem compor uma malha com distintas faces: quando aquele riff tradicional e simples nos cativa, surge Tomas Salonen a galopar na bateria com uma secção viciante, negra, poderosa e sufocante. Já a final ‘Skymning’, provavelmente a melhor de todo o álbum, remete-nos para treze minutos de ecos e paisagens frias enquanto uma biosfera se compõe. Posto isto, um gorila gigante decide emergir e escalar o topo do vulcão, colocando uma rocha grande o suficiente para acabar com a condenação das espécies.
Ainda que as suas influências sejam um pouco evidentes, a sua mistura distancia-se dos seus pares. Saber recriar com esta qualidade é, por vezes, melhor que inventar.
// Nuno Bernardo
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País
Suécia
Membros
David Johansson – Voz, Guitarra, Baixo
Tomas Salonen – Bateria
Olle Hedenström – Baixo [ao vivo]
Alinhamento
Sole Creation | Tamed Brute | The Portals | Skymning
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