BETWEEN THE BURIED AND ME – The Parallax II: Future Sequence

BETWEEN THE BURIED AND ME – “The Parallax II: Future Sequence”

Official Website | Facebook | last.fm

Quase como porta-estandarte, estes Between The Buried And Me seguem na fila da frente numa nova onda de metal progressivo. Os seus toques experimentais, bizarros e astrofísicos têm-se tornado uma emergente referência desde o virar do século e “The Parallax II: Future Sequence” é já o sexto álbum da banda, assumindo que o primeiro capítulo deste trabalho é um EP (entitulado “The Parallax: Hypersleep Dialogues” e lançado em 2011).

Depois de uma bonita introdução em acústico, ‘Astral Body’ lança os primeiros sinais daquilo que são feitos os Between The Buried And Me. Esta é, até hoje, a faixa que melhor sintetiza aquilo que a banda faz, e era impossível ter arranjado um single mais simbólico na sua própria diversidade musical. No entanto, a faixa carece de alguma qualidade estrutural. Toda ela parece uma introdução, um motor engasgado, uma faixa de Rush. Só em ‘Lay Your Ghosts To Rest’ é que  se escutam os trunfos do quinteto. A equipa Paul Waggoner e Dustie Waring nas guitarras brilham neste registo, com um shred quase constante que deixaria os entusiastas do instrumento com bolhas nas falanges e que abrange desde o metal tradicional ao rock progressivo dos anos 70, jazz e música de fusão. Retirando as faixas de transição, existe uma mão cheia de faixas perto ou até a ultrapassar a marca dos dez minutos – e deve-se dizer que em nenhuma delas a banda encalha com um riff em concreto, mas sim numa evolução e progressão qualitativa. Os Between The Buried And Me conseguem um crescendo digno de menção, com as faixas longas a serem mais épicas à medida que os minutos passam, fazendo das «finais» ‘Melting City’ e ‘Silent Flight Parliament’ os melhores momentos de todo o álbum, como se de sinfonias rítmicas de Johann Sebastian Bach ou Ludwig van Beethoven se tratassem. As passagens calmas ou os breakdowns de alguns dos temas mais longos remetem a uma resposta desta geração aos trabalhos desenvolvidos no passado por nomes como Dream Theater, Yes ou até Pink Floyd. Individualmente falando, a restante banda e convidados também têm os seus louros por receber: Tommy Giles Rogers pode não ter aqui a sua melhor prestação vocal, mas o seu toque único está lá. E até Amos Williams (de Tesseract) empresta a sua voz para se manifestar em ‘Parallax’. O filho de Tommy, Maddox Giles, faz os seus sons de aliens ocasionalmente e outros três convidados dão os acabamentos finais à sólida base: Julian Hinshaw na tuba, Ricky Alexander no violino e Walter Fancourt fantástico na flauta, saxofone e no clarinete baixo. Dan Briggs e Blake Richardson completam então esta mini-orquestra como geradores de todo o ritmo e percussão desta obra. Portanto não há dúvidas que “The Parallax II: Future Sequence” é longo, complexo, variado e requer uma série de audições para se obter a experiência completa.

Para fãs da banda, o que é feito aqui não surge com surpresa. Ainda que um passo em frente em relação ao já fabuloso “The Great Misdirect”, este registo ainda fica alguns furos abaixo do marco “Colors”.

// Nuno Bernardo

[one_half]
[/one_half] [one_half_last]

País
E.U.A.

Membros
Tommy Giles Rogers – Voz, Teclados
Paul Waggoner – Guitarra, Voz de suporte
Dustie Waring – Guitarra
Dan Briggs – Baixo
Blake Richardson – Bateria

Alinhamento
Goodbye To Everything | Astral Body | Lay Your Ghosts To Rest | Autumn | Extremophile Elite | Parallax | The Black Box | Telos | Bloom | Melting City | Silent Flight Parliament | Goodbye To Everything Reprise

[/one_half_last]