TORGA OSTERA – Queda Ascendente

Banda: Torga Ostera
Álbum: Queda Ascendente
Data de lançamento: 17 de Junho de 2012
Editora: (sem editora)
Género: Progressive/Space Rock
País: Portugal

Membros

Alinhamento

João Francisco – Voz, guitarra
Hélio Mendes – Guitarra
Eurico Moleirinho – Baixo
Jam Otez – Teclados
Renato Dias – Bateria
  1. Quase Nós, Parte I
  2. Balada ao Ensandecer
  3. Rosa dos Ventos
  4. Apicultor de Homens
  5. Saber Porque Não
  6. Não Vi Nenhum Tentar
  7. Sol da Noite Acordada
  8. Quase Nós, Parte II

Review

Os Torga Ostera são uma nova banda leiriense, cuja sonoridade é uma réplica moderna do rock espacial progressivo, nascido no final da década de 60, início da década de 70, com bandas como Pink Floyd, David Bowie e UFO. Mais do que erguer das cinzas essa sonoridade antiga, a banda consegue neste Queda Ascendente dar-lhe um toque moderno e muito português, indo buscar aquele som típico do rock nacional e de outras influências contemporâneas, sem no entanto deixar de criar um som de certa forma único e inovador.

Queda Ascendente é um álbum bastante maduro e que denota um cuidado minucioso no processo de composição. Não existe um único tema para encher, cada um é especial à sua maneira e completa o álbum com momentos de diversa intensidade e magia. A abertura, com a primeira parte do Quase Nós, dá-nos logo a imagem de uma banda capaz de criar uma atmosfera intensa e envolvente, com uma entrada mais calma, seguida de uma passagem mais mexida e morrendo num momento acústico que abre para um delicioso solo final. Este final de tema encaixa no início de Balada ao Ensandecer, um dos dois temas fora de série deste disco. A progressão aqui é perfeita, com os teclados a criar um pano sonoro de fundo muito rico e o jogo entre a guitarra eléctrica e acústica a completar o puzzle, sendo a voz e a letra magnífica a cereja no topo do bolo. Os últimos três minutos são preenchidos pelo melhor solo de todo o álbum, fazendo lembrar os grandes momentos do álbum Damnation dos Opeth.

Do que resta do álbum, destaco três temas. Primeiro o épico Apicultor de Homens, o mais longo e atmosférico de todo o Queda Ascendente, bastante relaxante e mais uma vez com um instrumental variado e que prende o ouvinte. O segundo destaque vai para Não Vi Nenhum Tentar, que à primeira audição pode passar mais despercebido, mas que tem uma misteriosa primeira parte mais ambiental e uma segunda metade intensa, que cresce no ouvinte em audições posteriores. Por último, e como não podia deixar de ser, o grande single de apresentação do álbum. Sol da Noite Acordada é a par de Balada ao Ensandecer o melhor que os Torga Ostera têm para oferecer, de novo com notórias influências de Opeth, mas com o toque único do rock português, com o piano e os sons atmosféricos a darem uma dimensão espacial surreal a todo o tema.

Queda Ascendente é um álbum de vertiginosa ascensão ao topo do melhor que o Rock nacional tem para oferecer. Com momentos de puro brilhantismo e com uma produção magnífica (não tivesse o álbum sido masterizado pelo grande Jon Astley, conhecido por ter trabalho com bandas como Eric Clapton, The Who, George Harrison, Abba, The Rolling Stones, Sting, Paul McCartney e Led Zeppelin), estamos perante uma banda que abre as hostilidades com um masterpiece. Além dos já referidos Opeth, e fora as bandas fundadoras deste género, destaca-se também a influência de José Cid e as semelhanças a bandas como Porcupine Tree ou Pain Of Salvation, rivalizando ainda a qualidade das letras com os momentos de maior inspiração de Jorge Palma. De resto, este Queda Ascendente entra directamente para o topo dos melhores álbuns de rock espacial português, logo atrás do grande 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte.

Saudações rockeiras,
David Dark Forever Matos

Classificação

Vocal: 8,5/10
Instrumental: 8,75/10
Escrita: 8,5/10
Originalidade: 8/10
Produção: 10/10
Impressão pessoal: 9/10

TOTAL: 8,8/10

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