Banda: Bless The Oggs
Álbum: It All Starts With A Seed
Data de lançamento: 3 de Março de 2012
Editora: (sem editora)
Género: Melodic Hardcore/Metalcore
País: Portugal
Membros
Marco Passadinhas – Voz
André Barbosa – Guitarra
Tiago Mesquita – Guitarra
João Miranda – Baixo
Ricardo Gomes – Bateria
Alinhamento
- It All Starts With A Seed (Intro)
- Reprint Yourself Tonight
- Deliver
- We All Take Different Paths
- This Is Our Last Night
- Hate Days Later
- Comaprison
- Walls Of Truth (We’ve Built This Fire)
- For Only Those Who Dare To Fail
- A Cold Day In December
- This Charming War
Introdução
A Ruído Sonoro vê-se de novo perante uma interessante estreia de uma banda nacional, como já tem sido hábito nos últimos tempos. Os Bless The Oggs são um quinteto lisboeta que junta uma mescla de influências, que vão desde o Hardcore ao Metalcore, com influências de Thrash e Progressive Metal. It All Starts With A Seed é a semente sob a qual a banda irá crescer, e dada a sua qualidade, prevê-se que colham bons frutos rapidamente. Este álbum é para aqueles que gostam de trabalhos fáceis de ouvir e agradáveis, sem grandes rodeios e boas melodias, músicas directas e curtas, melhores ainda para curtir ao vivo.
Review
Depois da uma estranha introdução electrónica (estranha para um álbum de música pesada, se bem que a guitarra que entra nos últimos 20 segundos lhe dá uma dimensão interessante), It All Starts With A Seed faz rodar Reprint Yourself Tonight, com um gutural ao estilo scream e voz limpa num refrão cuja melodia é simples mas extremamente catchy. Esta primeira impressão leva-nos aos dois pólos da banda, do mais agressivo ao mais melódico, passando por momentos de puro Hardcore e outros de puro Metalcore. Segue-se Deliver, que entra furiosa e pesada, com uma excelente progressão instrumental e um bom jogo de vozes gutural/limpa no pré-refrão.
We All Take Different Paths começa com um riff interessante, mas acaba por perder magia ao longo do tema, tornando-se numa das faixas mais fracas e monótonas do álbum, sem acrescentar nada ao mesmo. Para compensar, o tema que se segue, This Is Our Last Night, dá-nos um dos momentos mais intensos emocionalmente do álbum, lírica e musicalmente. Ligeiramente mais lenta que os restantes temas, esta música é algo lamechas na letra (bom para as meninas), mas muito interessante do ponto de vista musical. Para não perder a atenção dos homens de barba rija temos o tema seguinte, Hate Days Later, pesado, furioso e intenso, com o único senão de acabar abruptamente, quando se esperava mais uns segundos pelo menos, mas uma adição muito bem vinda.
O sétimo tema é Comaprison, o single do álbum com direito a videoclip. Esta faixa tem um dos melhores refrões de todo o It All Starts With A Seed, com um trabalho instrumental muito bom, especialmente nas melodias das guitarras, mas mais uma vez peca pela brevidade da música, que ficava magnífica com um solo extenso pelo meio. Em Walls Of Truth, a voz gutural começa a tornar-se um pouco cansativa, pedindo-se talvez um tipo de gutural diferente, nem que fosse só numa música, para quebrar a muralha sonora repetitiva que este scream cria. Ignorando este detalhe, este é mais um tema que mantém a qualidade do restante álbum, com uma magnífica entrada para o refrão. For Only Those Who Dare To Fail é, a par com We All Take Different Paths, a faixa mais fraca. Apesar de um refrão interessante, o tema em si é pouco original e a passagem mais melódica perto do final é o momento mais baixo do disco.
Os dois temas que fecham o álbum são aqueles que mais diferem do restante trabalho e mais me aguçaram o ouvido, cada um por motivos muito diferentes. Primeiro temos A Cold Day In December, a balada do álbum. Calma e com uma melodia perigosamente “redondinha”, a verdade é que este tema transmite calma e uma suave sensação de tristeza, que assentam bem nesta recta final. É um tipo de música que uma banda exclusivamente de Metal não poderia fazer, mas que os Bless The Oggs se podem dar ao luxo de criar e ainda bem que o fizeram. Tudo o que é bom acaba, e este álbum acaba da melhor maneira possível. Se até aqui ouvimos um trabalho sólido e interessante, mas sem nada fora de série, This Charming War traz-nos algo simplesmente soberbo e com uma qualidade muito acima do resto de It All Starts With A Seed. Com uma entrada gutural típica do resto do álbum, este tema apresenta-nos uma deliciosa passagem no pré-refrão ao estilo de Tool/Katatonia. Já o refrão em si tem uma melodia muito boa para a despedida. Destaco neste tema final o grande trabalho na bateria e, já na recta final, o solo que fecha o álbum.
Conclusão
Em It All Starts With A Seed encontramos uma banda profissional e séria naquilo que faz, com boas perspectivas para o futuro. Com as devidas falhas já mencionadas, este álbum tem muito de interessante e a capacidade de prender o ouvinte com as suas belas melodias. Ainda são poucas as bandas a fazer este tipo de som em Portugal e a ter sucesso, pelo que a margem de manobra é confortável. Espero que os Bless The Oggs consigam agora pegar no feedback que foi dado a este álbum, juntarem todas as críticas e conselhos e tornarem o próximo álbum à prova de bala. A capacidade está lá.
Saudações metaleiras,
David Dark Forever Matos
Classificação
Vocal: 7,75/10
Instrumental: 8,5/10
Escrita: 7,75/10
Originalidade: 7,5/10
Produção: 10/10
Impressão pessoal: 8/10
TOTAL: 82,1%