Banda: Shadowsphere
Álbum: Inferno
Data de lançamento: 3 de Março de 2012
Editora: Sphere Music Media
Género: Melodic Death/Thrash Metal
País: Portugal
Membros
Paulo Gonçalves – Voz
Luís Miguel Goulão – Guitarra
Ricardo Trincheiras – Guitarra
João Sousa – Baixo
Emídio Ramos – Bateria
Convidados
Patrícia Rodrigues – Voz feminina
Davon Von Dave – Teclados
Alinhamento
- Inferno (Intro)
- Within The Serpent’s Grasp
- Sworn Enemy
- Dead Behind My Eyes
- Suicide Reign Of Salvation
- Bullet Train
- The Hurtlocker [Instrumental]
- Firewalker
- Gehenna
- Screaming Silence
- Alone At The End Of The World
- Last Season Of Man
- Drowning On Dry Land
- Closure
Introdução
Os lisboetas Shadowsphere já não são um nome estranho para o público nacional, mas os seis anos que separam os lançamentos de Hellbound Heart e Inferno mergulharam a banda num quase esquecimento, que terá agora que ser colmatado. Já com um alinhamento estável, este quinteto renasce e lança finalmente o seu terceiro álbum de originais, com temas simultaneamente agressivos e melódicos, num Melodic Death Metal com influências de Thrash e de Hardcore na voz. Mais importante do que o regresso aos lançamentos, é o espírito de união que parece existir neste grupo (a julgar, por exemplo, nas dedicatórias no booklet do álbum) e a vontade de reerguer um nome que já deu cartas no passado e tenta agora inovar o seu som, mantendo-se contudo fiel às suas origens e aos seus fãs.
Review
Inferno é um álbum infernal, no bom e no mau sentido. O som é agressivo, quente, muito poderoso, no entanto tem alguns temas que podem causar um aborrecimento infernal a quem não entrar dentro do estilo, especialmente a quem não gostar da voz. Depois da introdução, este disco começa muito bem, com dois dos três melhores temas do disco. Primeiro, a potente Within The Serpent’s Grasp. Excelentes riffs, bom jogo de gutural mais gritado e mais profundo, no conjunto um tema muito bem conseguido e que fica no ouvido. Melhor ainda é o tema que se segue, Sworn Enemy. Na sequência do anterior, a este acrescenta o vocal feminino, que dá um toque divino ao refrão. Além disso, uma passagem mais instrumental no meio do tema dá-nos um belo momento de musicalidade.
É a partir daqui que o álbum começa a cair em qualidade, passando de excelente para “apenas” bom. Dead Behind Eyes até começa bem, boa introdução e progressão no início, mas acaba por se tornar enfadonho, muito por culpa da vocalização que é muito homogénea. Mesmo assim, o riff de guitarra no refrão acaba por salvar o tema, dando-lhe alma. Já o mesmo não acontece em Suicide Reign Of Salvation, que são para mim os 5 minutos mais enfadonhos de Inferno. A voz parece estar a gritar palavras ao acaso, sem pausas para o ouvinte assimilar o som. Só no final do tema temos uma pequena variação, mas esta acaba mesmo por ser a faixa mais fraca de todo o álbum.
Apesar destes altos e baixos de Inferno, os restantes temas, longe da qualidade dos dois primeiros, acabam por manter uma qualidade sólida. Bullettrain tem uns riffs a lembrar o primeiro álbum de Children Of Bodom, Firewalker é a mais pesada do álbum e Screaming Silence foi uma faixa que pessoalmente gostei bastante. Mas o melhor está guardado mesmo para o final, com a fora de série Alone At The End Of The World. Dividida em três partes, esta música só peca um pouco pelo alongamento excessivo da primeira parte (se cortassem 1/4 da letra ficava perfeito), mas a partir daí a faixa emancipa-se a um nível extraordinário. A segunda parte começa mais calma, com uma melodia magnífica protagonizada por Patrícia Rodrigues, e o final é absolutamente lindo.
Conclusão
Em suma, estamos face um trabalho bem conseguido, interessante e que representa uma evolução positiva na banda em relação aos dois álbuns anteriores, mas que acaba por ter algumas falhas que devem ser corrigidas no futuro. A qualidade instrumental e vocal é indiscutível, falta apenas encaixar as duas partes melhor, como foi feito nos três temas que destaquei. Na parte da composição há que continuar a apostar em elementos diferentes, não só na voz feminina e nas passagens mais calmas, mas também numa maior variedade de partes explosivas e que a estrutura destas não se repita tanto. No entanto, as falhas que mencionei aqui serão quase imperceptíveis ao vivo, pelo que aconselho vivamente a irem aos concertos dos Shadowsphere. O potencial é muito, e espero que agora este quinteto estável garanta qualidade e melhorias no próximo álbum.
Saudações metaleiras,
David Dark Forever Matos
Classificação
Vocal: 7/10
Instrumental: 8,5/10
Escrita: 7,5/10
Originalidade: 7,5/10
Produção: 9,5/10
Impressão pessoal: 7,5/10
TOTAL: 78,8%