Banda: Adamantine
Álbum: Chaos Genesis
Data de lançamento: 3 de Abril de 2012
Editora: (sem editora)
Género: New Wave Of Thrash Metal
País: Portugal
Membros
André Bettencourt – Voz, guitarra
David Alves – Guitarra
Valter Aguiar – Baixo
Emídio Ramos – Bateria
Alinhamento
- Chaos Genesis
- Mechanical Empire
- Death Comes To Us All
- … Of Hatred And Immortality
- Poisoning The Well
- Generation Of Saviours
- Dying God
- Nocturne
- The Age Of Golden Trees
- As The World Dies
Introdução
Adamantine, mais um nome digno de registo, a acrescentar ao leque de bandas nacionais de notável qualidade. Com seis anos de carreira, este projecto liderado por André Bettencourt faz-nos agora chegar o seu álbum de estreia, Chaos Genesis. Numa brutal e explosiva mistura entre sonoridades como Slayer, Metallica e Trivium, o presente registo presenteia-nos com uma abordagem fresca e moderna ao Thrash Metal, com uma forte aposta em doses equivalentes de brutalidade e melodia. Com este primeiro longa duração, os Adamantine chegam cedo com um álbum ao top dos melhores álbuns de Thrash nacionais. De referir também que a masterização de Chaos Genesis esteve a cargo de Tue Madsen, nome associado a bandas como Moonspell e The Haunted, factor que deu um toque mágico à sonoridade final.
Review
Com uma calma entrada acústica, Chaos Genesis começa com um falso prenúncio de serenidade; pelo contrário, o que nos espera é agressivo, quente, enérgico e com emoções intensamente expressas, sobretudo de fúria, ódio e indignação pela sociedade actual. Este tema homónimo, com uns bons oito minutos, mostra um pouco de tudo daquilo que todo o álbum nos oferece: passagens ao estilo mais tradicional do Thrash, outras mais pesadas, a puxar bem por dois tipos diferentes de gutural, e passagens mais melódicas, sobretudo nos refrões. Todos os temas contam ainda com alguns solos, alguns deles de divina qualidade; o trabalho das guitarras é, a par com o vocal, o que mais se realça em todo o álbum, com riffs maioritariamente rápidos.
Uma característica que muito aprecio em Chaos Genesis é a espontaneidade com que os temas parecem ter sido escritos e a fluidez sonora resultante. Apesar de complexos e com passagens muito variadas, fruto da vasta gama de sonoridades que o influenciam, tudo soa natural e dá uma sensação de conforto ao ouvinte. Não obstante, nada soa previsível, conseguindo o álbum surpreender-nos até ao último minuto. E por falar em minutos, Chaos Genesis conta com pouco mais de uma hora de material, dividido por dez longos temas. Este factor contribui em muitos álbuns para alguma monotonia e repetição, mas não é o caso; ouvir este álbum não requer grande esforço e esta hora passa rapidamente, deixando até a sensação que mais não cansaria.
No que toca aos temas em si, existem alguns que queria realçar. Além do excelente tema homónimo de abertura, destaco Death Comes To Us All, um dos temas com maior discrepância entre as partes mais pesadas (com alguns dos momentos mais brutais de todo o CD) e o refrão melódico. Dou destaque ainda ao meu tema favorito, Generation Of Saviours. Num registo quase todo em Thrash tradicional, o que mais me apelou no tema foi mesmo o refrão melódico, poderoso e com uma forte carga simbólica (este é também um dos temas mais interessantes de analisar do ponto de vista lírico). Por ser o tema mais variado do álbum, e o único com uma passagem mais calma e momentos mais lentos, menciono também a grandiosa Dying God.
Para terminar, nota para aquela que se pode considerar a balada do álbum, Nocturne. Muito bem conseguida, com uma excelente progressão e incrivelmente catchy; alguns podem considerar este tema mais lamechas, mas a verdade é que foi o refrão que mais me ficou na cabeça e aquele que me ponho às vezes a cantar. O álbum termina com As The World Dies, talvez o tema que menos gostei de Chaos Genesis, mas cujo final compensou pelo resto da música, especialmente a deliciosa despedida de piano, com a mesma melodia da entrada do primeiro tema (aliás, se deixarem o álbum a tocar, ao passar da última para a primeira música parece que é a continuação, como se o próprio disco tivesse a pedir para o ouvirem de novo).
Conclusão
No seguimento daquilo que tem sido a recente explosão em flecha da qualidade do Metal nacional, estamos perante mais um trabalho digno de ouvir e voltar a ouvir vezes sem conta. Com um leque musical que abrange sonoridades para quase todos os gostos, Chaos Genesis é a génese daquilo que, se continuarem com a qualidade demonstrada nesta estreia, será uma das bandas de topo do Thrash nacional no futuro, ao lado de Switchtense e Web. E, mais importante que isso, é mais uma banda cuja qualidade se aproxima do topo daquilo que é feito globalmente. Além do lado musical, este também é um disco cuja temática lírica nos faz reflectir, especialmente nestes tempos de crise e injustiça social. Porque a música é a forma perfeita de transmitir mensagens, não se limitem a ouvir este trabalho para o headbanging; parem, oiçam as letras, leiam-nas no booklet e tirem a vossa própria reflexão.
Saudações metaleiras,
David Dark Forever Matos
Classificação
Vocal: 8,5/10
Instrumental: 8,5/10
Escrita: 8,5/10
Originalidade: 8/10
Produção: 10/10
Impressão pessoal: 8,5/10
TOTAL: 86,5%