Banda: The Dillinger Escape Plan
Álbum: Option Paralysis
Data de Lançamento: 22 de Março de 2010
Editora: Party Smasher, Inc./Season Of Mist
Género: Mathcore
País: Estados Unidos da América
Membros
Greg Puciato – Voz
Ben Weinman – Guitarra, Piano, Programação, Voz
Jeff Tuttle – Guitarra, Voz
Liam Wilson – Baixo
Billy Rymer – Bateria
Membros Convidados
Mike Garson – Piano em ‘Widower’ e ‘I Wouldn’t If You Didn’t’
Alinhamento
01. Farewell, Mona Lisa
02. Good Neighbor
03. Gold Teeth On A Burn
04. Crystal Morning
05. Endless Endings
06. Widower
07. Room Full Of Eyes
08. Chinese Whispers
09. I Wouldn’t If You Didn’t
10. Parasitic Twins
Conseguir conjugar um percurso majestoso de uma banda como o dos The Dillinger Escape Plan têm foi a primeira grande dificuldade a superar ao escrever uma análise de um álbum dos mesmos. Desde o som apocalíptico de Calculing Infinity, o conjunto norte-americano já se infiltrou em 1001 novas maneiras de fazer boa música sem perder a qualidade de composição que os define. A cada álbum há novos elementos e apesar de parecer terem uma discografia muito variada, os The Dillinger Escape Plan nunca fogem do seu perfil. O caos, o poder e a brutalidade sonora é elemento fulcral desde a formação da banda. Aos poucos, o grupo foi-se aproximando das melodias mainstream sem se perceber. É que mesmo compondo álbums cada vez mais audíveis pelas massas, os The Dillinger Escape Plan não caiem no ridículo e não perdem a sua qualidade…antes pelo contrário – cada vez mais maturos. Em 2010, é Option Paralysis que se mostra ao mundo.
Segundo o líder da banda, Ben Weinman, o nome Option Paralysis significa, nas suas próprias palavras, “estar numa situação em que se tem muitas hipóteses e não se consegue decidir, e acabar paralisado”. Por acaso ou não, este significado bem se podia aplicar em conseguir escolher um só álbum de The Dillinger Escape Plan, e acabar paralisado por não conseguir escolher. E agora a comparação com os compatriotas Converge é cada vez mais possível, pois este álbum tem algumas aproximações ao recente Axe To Fall.
A primeira música do álbum, o single Farewell, Mona Lisa, introduz perfeitamente a banda aos novos fãs. As imagens de marca da banda, entradas caóticas e contratempos, evoluem depressa para uma das mais marcantes melodias do registo discográfico do grupo – o contraste entre o início do tema e o fim é bastante acentuado. Porém, neste álbum estão evidenciadas algumas das maiores influências dos The Dillinger Escape Plan, pois em Gold Teeth On A Burn ecoa a melodia da fase Angel Of Dust dos Faith No More e o tema Parasitic Twins soa a algo que Trent Reznor, dos Nine Inch Nails, poderia escrever. Não há momentos semelhantes às músicas Unretrofied ou Black Bubblegum dos álbums Miss Machine e Ire Works, respectivamente – que são as mais mainstream da banda. Há, porém, uma música um pouco mais melancólica e calma – Widower. Option Paralysis é um álbum que não nos deixa respirar. Apenas Widower nos faz parar de suster a respiração com uma balada doce. É a vírgula de uma frase.
Greg Puciato, pela sua prestação na voz deste álbum, poderia recolher os louros todos. O seu trabalho é fenomenal neste registo, indo desde o habitual ‘grito’ do mathcore até ao falsetto. Mas não pode recolher os louros do igualmente fenomenal trabalho instrumental de toda a banda, em especial do líder Ben Weinman na guitarra. Não se solta a mesma raiva de Calculing Infinity, mas não deixa de ser o álbum mais agressivo e negro desde que Greg Puciato chegou à banda, no ano de 2001. Há partes que lembram mesmo o EP lançado pela banda em colaboração com Mike Patton, conhecido músico de Faith No More, Fantômas e Mr. Bungle. Destaque também para Billy Rymer, pela primeira vez na composição de um álbum dos The Dillinger Escape Plan, obtendo também a sua prestação bastante competente dentro do género. Foi então bem consumada a substituição do antigo baterista Chris Pennie, que abandonou o grupo para aceitar o convite dos Coheed and Cambria.
Em suma, a composição deste álbum sofre de uma fórmula vencedora – como se costuma dizer, em equipa que ganha não se mexe. Ainda assim, não cai na repetição porque álbum após álbum a banda introduz elementos cada vez mais estudados e imaginados. Os toques subtis encontrados nos temas de Option Paralysis bem podiam pertencer à composição de álbum de música progressiva. Não há maior defeito a apontar, pois nunca um álbum de The Dillinger Escape Plan foi tão intencional.
Deixo o resto à vossa guarda,
Nuno Bernardo
Classificação: 92/100