Desde o seu surgimento, os The Sword tornaram-se quase de imediato uma das minhas bandas preferidas, apresentando muito rapidamente um conjunto muito bom de discos de estúdio e uma maturidade bastante invulgar para uma banda ainda jovem.
High Country é o seu quinto álbum de estúdio, depois do muito credível Apocryphon que era bem complexo, tanto liricamente como instrumentalmente. O mais recente disco do grupo mostra uma mudança no estilo musical do grupo para algo mais afastado do metal.
Pessoalmente, penso que o álbum perde por esse prisma e que a marca que os fãs estavam habituados, que se pendia para uma espécie stoner metal com influências no heavy metal e doom metal, perdeu-se neste High Country. Este álbum é muito mais rock do que habitualmente os The Sword produzem e compõem. Apesar de uma mudança de estilo não ser sempre uma má notícia, basta verificar que a mudança dos Opeth a partir do álbum Damnation trouxe uma nova luz e cultura musical à carreira da banda. Parece-me, no entanto, que neste caso o resultado não é tão bem sucedido. Não me interpretem mal, High Country tem excelentes argumentos, como por exemplo: “Mist & Shadow”, “Empty Temples”, “Tears Like Diamonds”, “High Country”, “Ghost Eye” e “Suffer No Fools”, que é uma grande malha; o restante álbum é bom mas nada de denotar. Percebe-se a irregularidade do álbum e, muitas vezes, torna-se enfadonho, apesar de ter apenas pouco mais de 50 minutos. É daqueles discos que pode demorar a habituar e que requer algumas audições até se gostar do disco. Mesmo com muitas audições pode não ser absorvido pelos fãs do grupo que o são desde os seus primórdios, como é o caso deste que vos escreve.
Como referido, High Country pode ser um bom início para uma mudança de estilo, no entanto o timing parece-me um pouco desviado, principalmente após o lançamento de Apocryphon, que é bastante mais pesado e mais fácil de ser absorvido. Uma das vantagens que a banda sempre teve, e que atraiu muitos ouvintes, foi a facilidade que os fãs tinham para compreender o álbum e a sua música. Não quero dizer que este disco não é de fácil compreensão, só digo que instrumentalmente representa uma mudança de quase 180º, para algo mais rock e que pode desagradar os fãs mais acérrimos da banda.
Na minha opinião, o álbum apresenta um conjunto de faixas bastante boas e outras muito mais fracas, colocando este disco como um dos lançamentos menos bem conseguidos da sua discografia, especialmente por causa da irregularidade que o disco apresenta e as diferenças artísticas com os álbuns anteriores. Uma mudança de estilo pode ser uma boa notícia, mas tem que ser algo muito bem executada e planeada, talvez com uma regularidade muito maior. Apesar de tudo, é um bom álbum que mostra sinais claros da maturidade que a banda já tem e que mostra excelentes perspectivas para o futuro, talvez com um trabalho rock ou metal, mas que será com certeza uma melhoria devido à experiência criada e construída.
High Country pode atrair novos fãs mas afastar os fãs mais acérrimos da banda, que preferiam algo mais metal em detrimento de um disco tão rock e hard rock.
Autor: João Braga
Álbum. Razor & Tie. 21/08/2015
Classificação/Rating
7.0
Álbum que mostra sinais claros da maturidade que a banda já tem e que mostra excelentes perspectivas para o futuro. Pode atrair novos fãs mas afastar os fãs mais acérrimos da banda, que preferiam algo mais metal em detrimento de um disco tão rock e hard rock.