Os icónicos mestres do metal progressivo e sinfónico, Symphony X, regressam para mais um álbum, tendo a difícil tarefa de ultrapassar o muito bom e credível disco duplo, Iconoclast. Michael Romeo e companhia tentam mudar um pouco o cariz conceptual que estava presente no último lançamento de estúdio do grupo.
O nono álbum da banda é inspirado na primeira parte da obra-prima, “The Divine Comedy” de Dante Alighieri, “Inferno”. Apesar de não ser um álbum conceptual, existe uma temática comum em todo o disco. Essa temática pode recair sobre perda, redenção e conformação em muitos dos momentos do álbum. Apesar de, em termos gerais, ser um lançamento credível e bom, fica a sensação de alguma volatilidade ao longo das onze faixas que constituem a composição. Underworld perde muito e desvaloriza-se com a presença de duas ou três faixas bastante genéricas, o que não é muito frequente em discos dos Symphony X.
Em termos conceptuais, este álbum apresenta-se como um dos mais difíceis desafios da carreira dos Symphony X, principalmente após o lançamento de um dos mais pesados discos da sua discografia, Iconoclast. Underworld é, definitivamente, mais melódico e muito mais ‘comercial’, podendo abranger uma linha de fãs mais extensa, o que pode ser uma vantagem. A volatilidade e variedade nem sempre são uma vantagem, principalmente quando o álbum tem uma finalidade temática e conceptual. Claramente, este disco é mais melódico do que o anterior, abordando temáticas que nem sempre são abordadas pelos Symphony X, basta atentar a “Without You”, “Kiss Of Fire” e “Swansong”, que são bem mais emocionais, contrastando com as poderosas “Charon”, “Nevermore” e “To Hell And Back”.
Em termos de desempenho global e produção, não há muito dizer de um grupo que toca junto há tempo demais para desiludir os fãs nesse aspecto. Apesar de ser um bom álbum, compreendo que possa desiludir alguns fãs que esperavam uma continuação de Iconoclast, apesar de conceptualmente bem-sucedido, fica um ‘amargo de boca’ que pode desapontar alguns fãs, visto ser mais melódico do que esperado. Tendo em conta, o conceito que se tinham proposto abordar, fico com a sensação que ficou relativamente mal apresentado em termos conceptuais, esperando algo mais poderoso e até mais inteligente.
Autor: João Braga
Álbum. Nuclear Blast Records. 24/07/2015
Classificação/Rating
7.5
É um bom disco, no entanto um tanto volátil e inconstante. Baseado na obra de Dante Alighieri, este disco é um dos desafios conceptuais mais difíceis da banda.