FACTORY OF DREAMS – Some Kind Of Poetic Destruction

FACTORY OF DREAMS – “Some Kind Of Poetic Destruction”

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Factory Of DreamsOs Factory Of Dreams são um projecto que dispensa apresentações. O multi-instrumentista e génio compositor Hugo Flores está de volta, acompanhado, como sempre, pela diva sueca de voz angelical Jessica Lehto, apresentando o quarto álbum de originais deste projecto reconhecido além fronteiras. Some Kind Of Poetic Destruction leva-nos numa viagem épica que acompanha a jornada da misteriosa personagem Kyra, detentora da chave do nosso destino, na sua busca de um propósito. Como tem sido habitual, a banda dá-nos um pacote completo, onde a música é o elemento principal, a expressão sonora de todo um conceito lírico complexo, que parte da realidade que todos conhecemos e nos transporta em sucessivas camadas de aproximação à harmonia com o universo. Além disso, temos também um booklet repleto de ilustrações fidedignas à história, verdadeiras obras de arte digital dignas de apreciar ao detalhe enquanto se ouve o álbum.

É um crime ouvir este trabalho sem prestar atenção à história, sem ter nas mãos o álbum para poder ler as letras e analisar as imagens. Mas vamos ao som, que afinal de contas, é o mais importante. Estamos perante o trabalho mais ambicioso de sempre dos Factory Of Dreams e da história do Metal progressivo nacional. O ouvinte é envolvido por uma explosão de som incrivelmente rica em pormenores, com múltiplas camadas que se fundem num todo futurista, mágico, por momentos a banda sonora da beleza em estado puro. Mais do que nunca temos uma transição entre elementos verdadeiramente complexa, por vezes não tão bem conseguida como seria desejável, que primeiro se estranha e depois se entranha. A produção deve ter sido extremamente penosa, mas valeu a pena pelo resultado final: todo o álbum tem uma atmosfera única, característica da banda, enriquecida pelas vozes e músicos convidados. Neste último ponto, destaco o excelente trabalho de Magali Luyten, uma voz perfeita para a parte da história presente em Dark Season, bem como os solos de violino de Lyris Hung.

Seashore Dreams, Dark Season e Join Us Into Sound são as três estrelas mais cintilantes desta constelação de temas. Em Some Kind Of Poetic Destruction, cada instrumento é uma alma, cada alma é um som, cada som uma emoção, numa sonoridade em constante mudança. Como únicos aspectos menos positivos, aponto, como já referi, algumas transições entre partes, demasiado bruscas ou complexas e que cortam um pouco a melodia, e o atropelamento de algumas palavras na parte vocal, que fazem todo o sentido na história, mas que para o ouvinte comum acabam por se tornar uma mescla confusa. Mas isto são detalhes, que não retiram o brilho a esta obra-prima intemporal.

// David Matos

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[/one_half] [one_half_last] País
Portugal
Género
Symphonic Gothic/Progressive Metal
Membros
Hugo Flores – Instrumentos, composição
Jessica Lehto – Voz
Convidados
Magali Luyten – Voz
Raquel Schüler – Voz
Lyris Hung – Violino
Chris Brown – Guitarra
Tadashi Goto – Teclado
Shawn Gordon – Teclado
Alinhamento
Prelude | Strange Sounds | Escaping The Nightmare | Angel Tears | Seashore Dreams | Dark Season | Sound War | Hope Garden | Travelling | The Neutron Star | Join Us Into Sound | Playing The Universe
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