RORCAL – “Világvége”
Uma entidade com forte relação com Portugal merece a atenção dos nossos sismógrafos. Genebra pode ser longe, mas é o epicentro do movimento de placas tectónicas de Rorcal. “Világvége”, cuja capa tem selo nacional por Maria Louceiro, é o terceiro álbum da carreira dos suíços, sucedendo a “Heliogabalus”.
Uma gradiente de cinzentos ilustra uma sequência exacta de eventos. Como se fosse possível prever a tragédia, os primeiros segundos antevêem com claridade a destruição que se segue. Um sismo, daqueles capaz derrubar altos edifícios, não proporciona tanto atropelamento de decibéis como este “Világvége” no seu estado natural. E através dos seus episódios (leia-se, faixas), o black-sludge-doom-etc. de Rorcal vai dando alguns rasgos de esperança na recuperação do mundo. Erradamente e sem piedade, são-nos oferecidas réplicas do abalo inicial ao longo de todo o álbum, sendo a desolação o cenário mais evidente. Falar de apocalipse ou de variantes não é uma novidade, mas traduzir em som uma paisagem vazia de palavras excede os limites da violência e da tortura.
Abrasivo, quase ensurdecedor. Richter perde aqui o direito a classificar escalas sísmicas.
// Nuno Bernardo
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País
Suiça
Membros
Yonni
Bruno
Diogo
JP
Ron
Alinhamento
I | D | II | V | IV | VII | VI | VIII
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