Banda: Katatonia
Álbum: Dead End Kings
Data de Lançamento: 27 de Agosto de 2012
Editora: Peaceville Records
Género: Depressive/Progressive Metal
País: Suécia
Membros:
Jonas Renkse – Voz
Anders “Blakkheim” Nyström – Guitarra, Programação, Voz suporte
Per “Sodomizer” Eriksson – Guitarra
Niklas Sandin – Baixo
Daniel Liljekvist – Bateria, Percussão
Membros convidados:
Frank Default – Teclados, Piano, Samples, Percussão
Silje Wergeland (The Gathering) – Voz em ‘The One You Are Looking For Is Not Here’
01. The Parting
02. The One You Are Looking For Is Not Here
03. Hypnone
04. The Racing Heart
05. Buildings
06. Leech
07. Ambitions
08. Undo You
09. Lethean
10. First Prayer
11. Dead Letters
Estes Katatonia foram reinventados depois da inclusão de elementos mais negros e obscuros no anterior “Night Is The New Day”, lançado em 2009. Esses elementos tornaram-se certamente na chave de composição nesta sua fase da carreira e não há dúvida que a banda se sente confortável em continuar a introduzi-los, não sendo este “Dead End Kings” uma excepção. Os refrões mais cativantes ao estilo dos álbuns “Last Fair Deal Gone Down” ou “The Great Cold Distance” não se encontram tão vincados e o grupo sueco parece concentrar-se mais na vertente atmosférica do seu instrumental.
‘The Parting’ abre o nono álbum da banda e revela imediatamente uma intenção e um desenrolar bastante sombrio e triste. A habitual melancolia das letras vocalizadas por Jonas Renkse marca o ritmo nas duas faixas seguintes, conjugadas com um sentido mais épico e delicado do que nunca. A banda não se cansa de experimentar o seu jeito mais progressivo e atmosférico ao longo do álbum, ainda que as palavras menos animadas como “Sing a song for the ones who never made it” em ‘Ambitions’ possam passar ao lado e não agradar a quem não preste tanta atenção. Dificilmente se encontra um riff memorável ao longo da extensão do álbum, daqueles que nos enche o ouvido e que perdure noites e dias seguintes, mas Anders Nyström faz questão de marcar presente no livro de ponto com solos incrivelmente bonitos como o de ‘Lethean’. E a escolha de ‘Dead Letters’ como primeiro single do “Dead End Kings” não poderia ter sido mais evidente, com uma entrada bastante orelhuda ao estilo de uns Tool e talvez com o refrão mais facilmente cantável das onze faixas. É verdade, mas é preciso assumir que os Katatonia chegaram a um ponto da carreira em que se reinventam e ainda assim são iguais a si próprios. Existe uma progressão lenta e saudável desde os seus primeiros trabalhos e, como já foi provado no passado, mesmo algo desinspirados conseguem lançar registos bastante sólidos. Conseguindo equilibrar um som aceitável aos ouvidos menos receptivos à música extrema e umas líricas bastante próximas do que ouviríamos um puro pessimista gritar pelas ruas fora, é justo afirmar que são a banda perfeita para se ouvir no antro do purgatório. Algo entre o som divino e as letras infernalmente depressivas é, sem dúvida, um rótulo a colocar ao conjunto sueco.
É um álbum que cresce com as audições e que vai preenchendo o nosso foco a seu tempo. Pode cair na monotonia e tornar-se um «beco sem saída» para algumas pessoas, mas com uns ouvidos mais apurados e cuidados, está aqui mais um pilar da ponte que os Katatonia constroem entre o céu e o inferno.
// Nuno Bernardo
Classificação: 86/100