Negură Bunget
Vîrstele Pămîntului
[CD – Code666 – 31 Mar. 2010]
Site Oficial | Myspace
Formados no longínquo ano de 1995, pelas mãos e voz de Hupogrammos Disciple e Negru, os Negură Bunget iniciaram o seu caminho pelo Black Metal, tornando-se, sem dúvida, um nome de referência, não apenas devido à peculiaridade sonora que desde cedo marcou a banda, mas também como um marco não só dentro do estilo, como dentro do metal do leste europeu.
O nome Negură Bunget (“dark foggy forest”), retirado de um substrato trácio da língua romena, surgiu desde logo com personificação clara da sonoridade da banda, que facilmente nos conduziria, mesmo sem qualquer contacto musical, ao verdadeiro sentido de toda a sua música: a criação de uma atmosfera musical (e ao mesmo tempo espiritual) de natureza esotérica, reflexo da ideologia da própria banda (Transilvanian Spirituality).
Em 1997, Sol’Faur Spurcatu juntou-se ao grupo, e após um primeiro álbum inicial, datado de 1996 (“Zîrnindu-să”), uma demo e um Ep, seguiram-se os álbuns “Măiastru Sfetnic” (2000), “‘n Crugu Bradului” (2002), e o clássico “Om”, de 2006. Depois de uma pausa de 4 anos, os Negura voltaram novamente aos lançamentos com ” Măiestrit” e “Vîrstele Pămîntului”, de que aqui se fala. É ainda de salientar um lançamento de um DVD, já deste ano, intitulado “Focul Viu”, e ainda um Ep, ” Poartă de dincolo”.
Depois de tanto vai e vem, de uma ameaça de quase extinção que fez tremer os fãs, de uma novela sem fim, estranho seria se não surgisse nem que fosse um baço reflexo dos tempos agitados que se têm vindo abater sobre a banda. Depois de vários desentendimentos, Hupogrammos e Sol Faur decidiram abandonar a banda, deixando-a ao cargo do baterista Negru. O resultado é este “Vîrstele Pămîntului” que, apesar de tudo, não deixa de transmitir os elementos base que tornam os Negură Bunget naquilo que sempre foram: a personificação de uma procura por atmosferas e paisagens transcendentes, intemporais e longínquas. A tentativa está lá, resta-nos a nós procurar o caminho. Continuamos perante uma forte componente mística, que nos remete para a quase magia desta floresta repleta de nevoeiro que, para nós, tão distantes dessa longínqua Roménia de onde nos chegam apenas reminiscências mitológicas de uma realidade perdida no tempo, nos parece tão perto que a podemos sentir, ouvir sussurrar e talvez, até tocar. O álbum surge-nos, assim, quase como uma tentativa de alcançar os tempos gloriosos de um “Om”, mas deixando um pouco a desejar, deixando a quem ouve, uma imensa saudade dos álbuns verdadeiramente poderosos que marcaram a discografia da banda.
Por outro lado, não deixa, de resto, de ser uma (boa) surpresa, ao nos apercebermos de que apesar da perda de dois elementos vitais, os Negură Bunget continuam vivos e activos.
Tracklist:
1. Pămînt
2. Dacia Hiperboreană
3. Umbra
4. Ochiul Inimii
5. Chei de rouă
6. Țara de Dincolo de Negură
7. Jar
8. Arborele Lumii
9. Întoarcerea Amurgului