Entrevista da Ruído Sonoro a Hrödulf, vocalista dos Azagatel.
RUÍDO SONORO: Finalmente os Azagatel estão de volta! Porquê estes 11 anos entre o Nautilus e o Lux-Citanea?
AZAGATEL: Não estivemos propriamente parados, em 2005 saiu o EP The Horned God e em 2008 o split com Dagor Dagorath, Olokun. Demos alguns concertos para promover ambos os lançamentos, mas sempre tudo muito low profile, tivemos alguns problemas com o line up, o que nos atrasou e impediu de fazer uma melhor promoção de ambos os trabalhos.
RUÍDO SONORO: Certamente que ao fim de mais de uma década, a vossa sonoridade evoluiu. Que diferenças destacam deste novo trabalho para o resto do catálogo da banda?
AZAGATEL: Acho que este trabalho é a evolução lógica do que fizemos nos anteriores. Existem algumas diferenças, como o uso de teclados, que desta vez foi quase posto de parte; usámos um acordeão em algumas faixas e existem músicas cantadas em português. A nível de produção, houve uma evolução muito grande em relação aos trabalhos anteriores.
RUÍDO SONORO: Falem-nos um pouco do percurso deste registo, desde as primeiras ideias até à produção final.
AZAGATEL: Estas músicas começaram a ser idealizadas no início de 2011. Surgiu a ideia de fazermos algo sobre os nossos antepassados e, de certa forma, voltarmos às nossas raízes. Após termos alguns temas finalizados, começámos a procurar um estúdio que pudesse satisfazer-nos. Apareceu a oportunidade de trabalharmos com o Lino Vinagre nos Audioplay Studios, pela qual optámos e foi uma experiência bastante boa e com óptimos resultados.
RUÍDO SONORO: O nome Lux-Citanea e a capa do álbum remetem para uma temática mitológica e lusitana. Estou correcto? Do que nos fala este disco?
AZAGATEL: Sim, a temática do disco é toda sobre a Lusitânia, a ligação dos nossos antepassados à sua terra e das lutas que travaram para a defender, dos seus deuses pagãos; no fundo dos nossos antepassados.
RUÍDO SONORO: Quantos temas tem Lux-Citanea em português? Porque não o álbum inteiro?
AZAGATEL: O álbum tem 3 músicas em português, não é todo na língua mãe apenas porque quando decidimos experimentar já tínhamos alguns temas feitos em inglês.
RUÍDO SONORO: Porquê uma cover de Samael a fechar o CD? Alguma razão em especial para a escolha daquele tema?
AZAGATEL: A cover à primeira vista pode parecer não ter grande nexo no contexto do disco, mas Samael foi uma banda que nos influenciou desde o primeiro dia da banda e esse álbum em particular, foi um regressar às raízes para nós, em todos os aspectos.
RUÍDO SONORO: Este regresso aos lançamentos será acompanhado por uma tour? Onde podemos ver os Azagatel ao vivo até ao final do ano?
AZAGATEL: Estamos a tratar de marcar algumas datas, 8 de Setembro é a data de lançamento do Lux-Citanea no Mercado Negro, em Aveiro; a partir daí, contamos tocar por grande parte do país, estamos abertos a propostas.
RUÍDO SONORO: Como estão a pensar promover o álbum no estrangeiro?
AZAGATEL: Isso é uma questão complicada para nós, pois trabalhamos e é dificil conciliarmos férias todos na mesma altura para o fazermos. Talvez uns concertos pontuais, se surgir a oportunidade.
RUÍDO SONORO: A fusão entre Black e Folk é algo comum nos países nórdicos, mas quase um exclusivo vosso em Portugal. Conseguem encontrar algum motivo para que o Folk em geral seja pouco explorado no nosso país?
AZAGATEL: Boa pergunta lolol! Eu já me perguntei inúmeras vezes o porquê disso, porque até existem bastantes fãs desse tipo de sonoridade, mas mesmo assim ainda existem algumas bandas a fazer essa fusão, embora cada uma com a sua abordagem, como os Gwydion, God, Dark Oath…
RUÍDO SONORO: Gwydion e Moonspell são as duas bandas de sucesso, além de vocês, a praticar (ou ter praticado, no caso do Moonspell) a referida fusão de Black e Folk. Gostavam de partilhar o palco com eles?
AZAGATEL: Os Gwydion são nossos amigos de longa data com os quais já tivemos o prazer de partilhar o palco algumas vezes. Com os Moonspell nunca partilhámos o palco, mas se algum dia suceder, não vejo porque não.
RUÍDO SONORO: Os Azagatel são um projecto já maduro e que parece saber bem o que quer. Quais são as previsões para o futuro da banda? Teremos que esperar mais 11 anos para outro álbum?
AZAGATEL: Para já estamos focados no lançamento e promoção do Lux-Citanea. Entretanto existem planos para gravar algo no próximo ano, talvez um split.