De 22 a 29 de Julho, a cidade de Sines e a aldeia de Porto Covo vão receber a 23ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo com quatro dezenas de concertos, com músicos oriundos de quatro continentes.
Das Américas, o festival dará palco à música brasileira, com a novidade Chico César a juntar-se aos previamente confirmados Céu e Gilsons, mas também a duas maiores vozes do México: casos da consagrada Lila Downs e a revelação Silvana Estrada. Cuba tem representação através de Cimafunk e Jamaica pelo colectivo Inna de Yard, mas também pela nova confirmação do cantautor Brushy One String.
Se das Américas as novidades no fecho do cartaz não foram muitas, o mesmo não se pode dizer do continente africano. O FMM Sines de 2023 terá uma grande representação africana com uma franca distribuição geográfica. Do norte chegam os franco-marroquinos Bab L’Bluz e os tuaregues pioneiros do blues do deserto Tinariwen. Do Mali, Bamba Wassoulou Groove juntam-se à previamente confirmada Rokia Koné. Da África Ocidental, os ganeses Alotge Oho & His Sounds of Joy juntam-se ao senegalês Lass e à nigeriana Nneka. Do coração de África, o festival recebe o grupo congolês Kin’gongolo Kiniata e ainda a estreia do Malawi no festival através de Madalitso Band.
É no entanto da África lusófona que chegam as maiores novidades: Os Tubarões de Cabo Verde, África Negra de São Tomé e Príncipe e Ghorwane de Moçambique, três grupos lendários que equivalem ao total de confirmações provenientes da Guiné-Bissau, com Tabanka Djaz, Eneida Marta e mais uma banda histórica, Super Mama Djombo.
Portugal volta a estar representado com um registo amplo, desde o jazz de Maria João & Carlos Bica Quarteto até à nova geração de cantautoras via A Garota Não, Rita Vian e Rita Braga, passando pela instrumentalidade de Tó Trips e Expresso Transatlântico. A via mais tradicional conta ainda com a fadista Carminho, o cancioneiro de B Fachada e a homenagem à viola-campaniça de Raia.
Da restante Europa destaca-se ainda o folclore vanguardista do vizinho asturiano Rodrigo Cuevas, os ritmos psicadélicos e dançantes dos franceses Brama, as canções viajantes e modernas da franco-venezuelana La Chica, os ambientes da folk estoniana de Mari Kalkun e o clássico cruzamento de punk e ska dos britânicos The Selecter.
Do mundo árabe, a dupla sírio-libanesa Bedouin Burger estreia-se no festival, enquanto o grupo Al-Qasar (na foto) regressa num encontro com a artista sudanesa Alsarah. Há lugar ainda para a festa do qawwali paquistanês, em fusão com sons árabes, através do projecto Alright Mela Meets Santoo.
A terminar o line-up e no posicionamento mais distante, o conjunto sul-coreano Leenalchi traz-nos pop pansori, destacando no seu alinhamento o baixista Jang Young-gyu, autor das bandas sonoras dos filmes Gokseong e Busanhaeng (em inglês, The Wailing e Train to Busan, respectivamente).
Para além dos cerca de quarenta concertos, o programa irá também estender-se, como habitual, a iniciativas paralelas por revelar. De 22 a 24 de Julho, o festival estará sedeado na aldeia de Porto Covo. No dia 25 muda-se para a cidade de Sines, onde permanece até ao encerramento no dia 29. De referir que todos os concertos são de acesso livre, à excepção dos quatro concertos a cada noite no Castelo de Sines de 26 a 29 de Julho.