O intitulado festival de melómanos para melómanos tem este ano também ele um alinhamento melómano. Três anos depois da sua última edição, o Amplifest regressa para a sua edição mais expansiva de sempre: dividido em dois fins-de-semana e num total de seis dias, propondo mais de meia centena de concertos e ainda talks e filmes no Hard Club, no coração do Porto.
O primeiro fim-de-semana, de 7 a 9 de Outubro, foi construído a partir do cartaz originalmente proposto e adiado de 2021. Destacam-se aqui nomes de peso como Caspian, Cult of Luna, Elder, Irist, Jo Quail, Oranssi Pazuzu, Pallbearer, Telepathy ou Wolves in the Throne Room, assim como Amenra, que se viram recentemente forçados a alterar o seu espectáculo no Amplifest para formato acústico por motivos de saúde do baixista Tim De Gieter.
Estes nomes, avançados para 2021, viram ainda chegar outros nomes fortes para um fim-de-semana que se antevê marcante. Dälek e Prison Religion vão potenciar as rimas e as batidas ferozes logo na primeira noite, assegurando-se ainda o shoegaze de Midwife, o estrondo de Vile Creature e os riffs megalíticos de Process Of Guilt, que apresentam no Porto o seu novo álbum Slaves Beneath the Sun. Também neste primeiro dia, e para além do referido concerto acústico de Amenra e Jo Quail, há ainda uma actuação surpresa.
O dia 8 de Outubro soma Oranssi Pazuzu, Elder, Pallbearer, Irist e Telepathy aos nomes que acabariam por chegar mais tarde ao alinhamento. O experimentalismo sónico de Putan Club fecha a segunda noite de concertos do Amplifest, mas haverá também tempo para o post-punk de Fotocrime, a raiz tradicional d’O Gajo e, claro, a urgência intensa de Brutus (na foto). A terminar o primeiro fim-de-semana, no dia 9, Cult of Luna, Caspian e Wolves in the Throne Room têm ainda a companhia do hardcore de Birds in Row na sala 1 do Hard Club, som que toca algumas semelhanças com a força de Tenue na sala 2, partilhando o dia com os registos individuais de Karin Park, Patrick Walker (40 Watt Sun) e Clothilde.
Como a ambição não deve ser contida, o Amplifest volta a acontecer no fim-de-semana seguinte. Dia 13 de Outubro o festival destaca os regressos de Deafheaven e Sumac, para além de Cave In, Jessica Moss, Buñuel, Caspar Brötzmann Bass Totem, Luís Fernandes e Shy, Low. Um dia variado, a alternar entre a música extrema, o post-rock, a via experimental e o noise. O mesmo se pode dizer do dia seguinte, em que Bongripper garantem riffs pesados e Anna von Hausswolff vocaliza canções assombrosas. Mas há mais peso negro com Hellripper e Spectral Wound, drone com William Fowler Collins, viagens de cordas com Tashi Dorji e post-rock de Bruit ≤ e indignu, que apresentação em primeira mão a novidade Adeus. Durante a tarde haverá ainda um concerto surpresa.
A 15 de Outubro, para fechar esta edição, não há meias medidas. Os gigantes Godspeed You! Black Emperor regressam ao Hard Club e ao Amplifest numa noite também marcada pelas batidas de The Bug, que se apresenta com Flowdan. Envy, Peter Broderick e Lingua Ignota preenchem o alinhamento de luxo no palco maior do Hard Club, enquanto Scúru Fitchádu, Fennesz, Aaron Turner e Bossk dão os seus valores à sala 2.
Todos os dias de Amplifest arrancam com um filme na sala 2 do Hard Club, abordando as obras de Amenra, Redemptus e Steve Austin (Today is the Day), os esforços da Aquarius Records e da Gilead Media e ainda a colaboração entre thisquietarmy e Hellenica intitulada Migration. Terminam também, na mesma sala, com DJ sets a iniciar a madrugada. No primeiro piso do Hard Club, no restaurante, serão promovidas conversas diárias, intituladas de Amplitalks.