No preciso ano em que o festival Semibreve assinala dez edições, os planos foram forçados a alteração. O programa inicialmente preparado foi adiado para 2021 – construindo assim uma edição em suspenso. No entanto ainda este ano há um programa para desfrutar à distância, numa inédita edição alternativa e online.
A edição de 2020 do festival bracarense acontecerá então nos dias 24 e 25 de Outubro, virtualmente e no Mosteiro de São Martinho de Tibães, um mosteiro construído no século XVII e que terá um programa de acesso gratuito alicerçado em obras sonoras especialmente encomendadas para a ocasião e ainda conversas que traçará pontes com a criação contemporânea nos domínios da música electrónica e da arte sonora.
Serão apresentadas obras inéditas por Ana da Silva, Beatriz Ferreyra, Jessica Ekomane, Jim O’Rourke, Kara-Lis Coverdale, Keith Fullerton Whitman e Tyondai Braxton. Estas peças estarão disponíveis via streaming no website do festival e em formato instalação no mosteiro já mencionado.
As restrições impostas pela pandemia motivaram ao Semibreve apresentar conversas moderadas, transmitidas em directo a partir do website do festival e abertas a um número restrito de público no Mosteiro de Tibães. David Toop (músico e escritor), Jessica Ekomane (compositora) e Nuno Crespo (curador e crítico de arte) conversarão sobre o binómio Presencial vs. Virtual; Chris Watson (artista sonoro), Margarida Mendes (artista e curadora) e Raquel Castro (investigadora e programadora cultural) abordarão a relação entre Som e Ecologia; José Moura (Príncipe Discos/Holuzam), Mike Harding (Touch), Nkisi (Axis Arkestra/ax-NON worldwide) e Rui Miguel Abreu (jornalista) analisarão uma nova lógica editorial pós-pandemia; e Nik Void (música), Alain Mongeau (MUTEK) e Pedro Santos (Culturgest) discutirão as implicações da pandemia na lógica performativa da música electrónica.
Aproveitando ainda o contexto de reclusão, o Semibreve convidou artistas a criar, acolhendo residências artísticas de Klara Lewis, Laurel Halo, Nik Void, Oliver Coates e Pedro Maia.
Gustavo Costa, Klara Lewis, Laurel Halo e Oliver Coates actuarão, sem público, na impressionante Casa do Volfrâmio, localizada na mata do Mosteiro de Tibães. Estas performances serão disponibilizadas em formato screening, no próprio Mosteiro e a partir do website do festival, resultantes de uma parceria com o Canal180.
O Mosteiro de Tibães acolherá também a apresentação dos quatro trabalhos vencedores do EDIGMA Semibreve Scholar e o vencedor da edição do EDIGMA Semibreve Award. Os trabalhos também serão documentados e apresentados de igual forma no website do festival. Haverá lugar também para um workshop de música concreta para famílias, nas manhãs de 24 e 25 de Outubro, apresentado em parceria com o Circuito – Serviço Educativo Braga Media Arts.
O acesso físico ao Mosteiro de Tibães implicará a compra do seu bilhete normal, com o valor de 4 euros, e que reverte integralmente para a manutenção do mesmo. A entrada estará, claro, sujeita à capacidade definida pelas autoridades de saúde no período do festival, bem como às regras de higiene e distância social impostas pela pandemia.
Para os portadores de passes gerais para a edição de 2020, poderão optar transitá-lo para a edição de 2021 ou requerer a sua devolução.