Esta semana: Slowdive e um dos maiores legados do shoegaze em Lisboa e no Porto

É já nesta quinta e sexta que os Slowdive, donos de um dos maiores e influentes legados do shoegaze, apresentam o seu primeiro disco em 22 anos em solo português.

Para falar dos Slowdive é preciso recuar à definição do dream pop e do shoegaze dos finais dos 80. Formados em Reading em 1989, foram precisos dois anos para conhecer Just For A Day. Numa altura em que o shoegaze se destacava pelas guitarras abrasivas e por reverberações invertidas, os Slowdive contrariaram a crítica com um som mais etéreo mas igualmente melancólico.

Ao segundo disco a banda procurou uma orientação ainda mais atmosférica e não foi por acaso que Brian Eno, um dos contornáveis do ambient, fez questão de colaborar e participar no disco. Souvlaki foi um sucesso de culto, mas não de “bilheteira” e Pygmalion, em 1995, acabou por ser um disco de despedida num jeito mais minimalista e experimental do género.

Foi preciso esperar até 2014 para que a banda se reunisse, anunciando presenças no Primavera Sound, tanto em Barcelona como no Porto. Agora o contexto era outro – os Slowdive já não eram uma novidade, mas sim um legado e uma das referências maiores de um género que se eclipsou debaixo dos holofotes do grunge.

Neil Halstead, Rachel Goswell, Nick Chaplin, Christian Savill e Simon Scott são os Slowdive de “hoje”, tendo lançado no ano passado o primeiro disco em 22 anos. Auto-intitulado de Slowdive, os britânicos soam tão etéreos como antes mas vivos como nunca.

Os Slowdive actuam esta quinta-feira, 8 de Março, no Lisboa Ao Vivo. Na sexta-feira é a vez do Hard Club, no Porto. Os bilhetes para os concertos custam 30 euros e o espectáculo de abertura está a cargo dos franceses Dead Sea. A abertura de portas está marcada para as 19 horas.