Quando se arranca um festival com um alinhamento tão brilhante como o deste NOS Primavera Sound, a mais hercúlea das tarefas seria torná-lo num fracasso. Esgotado por cerca de 80 mil pessoas, o Parque da Cidade do Porto recebeu nos dias 9, 10 e 11 de Junho uma experiência completa – um fim-de-semana equilibrado e amigável, com um programa rico em ofertas para todos os gostos e disposições, do topo ao fundo do cartaz. À saída do recinto, houve quem já apontasse as datas para 2017. Deu-se um sentido instantâneo de nostalgia, pois nem só de flores (na cabeça em coroa ou no jardim) se faz a Primavera, ano após ano.
Este ano em particular o festival bateu-se forte em emoções. Nesse capítulo o vencedor só poderia ser Brian Wilson, mente dos The Beach Boys e que nos presentou com o 50º aniversário do influente Pet Sounds, interpretado no Porto na íntegra. «Esta é uma canção que o meu amigo Paul McCartney diz gostar muito», referiu antes de se jogar a “God Only Knows”, faixa que recebeu um misto de entoação e de furtivas lágrimas um pouco pelo recinto. Talvez tenha sido no início desse lado B do disco que a plateia se tenha inteirado por completo da vida e obra da pessoa que ali avistava. Mr. Wilson ali esteve para nos contar, ao lado de Blondie Chaplin e Al Jardine e com uma invejável memória de quando e como escreveu as canções, um percurso histórico de um maiores nomes da história do rock e a emoção não podia estar mais no alto. Dos falsetes de “I Get Around”, rematada logo no início, aos inadiáveis pés de dança em “Surfin’ USA” ou “Barbara Ann”, o concerto de Brian Wilson estava destinado a ser uma celebração da sua vida. Uma vida pragmática que o tornou naquele corpo estranho obrigado a ser maestro de uma big band de treze elementos para reproduzir a maioria dos pormenores que escreveu em Pet Sounds, perdidos algures na colina entre selfies e snaps com o avô das músicas das nossas vidas em palco. Não é por acaso que volvidos 50 anos Brian Wilson pode dar o que consegue da sua voz e das suas mãos ao piano, ali à frente de todos os outros, pois o que tinha de justificar já tem as suas páginas amareladas. “I Just Wasn’t Made For These Times” funcionou assim como uma bifurcação no contexto – tanto se poderia referir ao génio de 1966 como às circunstâncias que o colocaram a mostrar aquele disco em palcos gigantescos em 2016. A resposta permanecerá incerta, mas quem tem “Sloop John B”, “Good Vibrations” e “Fun, Fun, Fun” capazes de transformar a relva de um parque do Porto nas areias da Califórnia, pode ter tudo. Inclusive os sorrisos e o amor de todos.
Mais amor só poderiam reter os Beach House. Victoria Legrand sublinhou exaustivamente a importância dessa palavra e desse sentimento ao longo de um concerto caloroso, ainda que com a frieza dos tons púrpura e azul a marchar contra as cores de Depression Cherry. Desse veludo cereja foram seleccionadas cinco faixas, abrindo-se com “Beyond Love” e fechando-se com “Days of Candy”, adocicando ainda mais um concerto celestial – a dada altura a própria Victoria questionou «ainda estamos a tocar na Terra?». Sempre com algum envolto misterioso Lynch-iano (o que o revivalismo de “Twin Peaks” não fará à banda no futuro?), o restante alinhamento caiu sobre outras obras recentes, Teen Dream, Bloom e Thank Your Lucky Stars, resultando numa agradável viagem astral com impulsão nas melodias de Alex Scally, fechando-se assim uma das noites frias de NOS Primavera Sound.
Com argumentos diferentes tiveram os outros dois fechos do Palco NOS. Descaídos para as odes electrónicas de campeonatos diferentes, tanto Animal Collective como Moderat comprometeram-se a agitar corpos, no entanto as expectativas viram-se invertidas. Dos primeiros esperava-se festa, tal era a sede de finalmente receber em Portugal o regresso dos autores de Merriweather Post Pavillion, mas o que se recebeu foi um set introspectivo e selvagem quase totalmente focado no novo Painting With, namorando discos antigos aqui e acolá de forma pontual. Do álbum de 2009 teve-se apenas “Daily Routine”, celebrada exaustivamente, perdoando-se instantaneamente os devaneios vocais de Avey Tare enquanto Panda Bear e Geologist faziam a sua cena, com o incansável Jeremy Hyman a acompanhá-los na percussão. O final do crescendo fez-se com “FloriDada”, um novo single bastante orelhudo, dispensando-se um desejando encore e encerrando um concerto muito competente. Já de Moderat esperavam-se beats mais sóbrios, centrando-se o concerto nos versos de Sascha Ring. Mas o que o Porto recebeu foi quase uma rave ao estilo alemão com “A New Error” jogada quase de início. A simbiose de Modeselektor e Apparat agarrou o público desde cedo, quer quem os conhecesse quer quem não fizesse ideia do que estava a ver. “Bad Kingdom”, “Eating Hooks”, “Rusty Nails”, “Reminder” e “The Fool” agarraram o público pela voz, enquanto “Animal Trails”, “Nr. 22”, “Intruder” e “Running” potenciaram saltos nas filas da frente, multiplicando-se o agrado pela fantástica componente visual do concerto. Surpreendente até para quem já os aguardava com alguma expectativa, foram um dos claros vencedores deste NOS Primavera Sound.
Não se pode falar em vencer sem mencionar PJ Harvey. Chegou e fez do Palco NOS a sua própria sala de espectáculo, com uma componente cénica e teatral vincada ao longo da apresentação do novo The Hope Six Demolition Project. O disco foi apresentado na íntegra com a marcha inicial de “Chain of Keys” e com a despedida imperial de “River Anacostia”, estruturando uma rotina de canções de cariz activista, retratando na perfeição em palco as mensagens que guarda em “The Wheel” ou “The Community of Hope” – faixas ironicamente alegres devido ao seu conteúdo lírico. A outra face do concerto foi para três faixas de Let England Shake – como não receber a faixa-título, “The Words That Maketh Murder” e “The Glorious Land” sem fortes aplausos? -, uma visita a White Chalk com “When Under Ether” e três clássicos da sua discografia distante, “50ft Queenie”, “Down By The Water” e “To Bring You My Love”, já na recta final. A britânica, sempre bem acompanhada pela sua banda, brilhou como uma figura iluminada da música e como uma rainha coroada pelos seus sorrisos e pelo talento inigualável que alimenta a cada disco e a cada concerto. Saiu assim intocável no estatuto de cabeça-de-cartaz com que entrou neste festival.
Mais dificuldades em afirmar as credenciais tiveram Sigur Rós com a ingrata tarefa de tentar sobrepor a minuciosidade das suas faixas ao falatório típico de festival, como na nova “Óveður” e na versão minimalista e digital de “Starálfur” logo a abrir. Na verdade, apesar de uma forte aposta na componente visual em palco e nos ecrãs, o trio combateu contra si próprio nesse campo, despindo-se do habitual ensemble que leva para palco. Menos uma dezena de pessoas do que é habitual para reproduzir as mesmas faixas exigiu recorrer a loops e a samples que alteraram a vivacidade e o impacto de alguns dos melhores momentos dos islandeses, como “Sæglópur”, “Glósoli” ou “Festival”. Faltou a instrumentação múltipla de cordas e de sopros e faltou uma plateia que os conseguisse compreender nesse processo mais cru e menos refinado. Valeu ainda assim pela beleza das faixas de ( ) e ainda por “Hafsól”, recordada da estreia Von, provando ainda assim de forma desarmada porque são um dos nomes mais respeitados do rock com texturas mais ambientais e sonhadoras.
Mais sorte poderão ter tido os AIR, o duo de Versalhes que celebrou vinte anos de uma carreira ímpar. Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel tardaram em agarrar o público, mas quando o fizeram com “Playground Love” já não mais o perderam. Para trás já haviam entusiasmado com “Don’t Be Light”, mas foi a agitada segunda parte do concerto que os arrepios de uns deram lugar aos aplausos efusivos de todos, acordando finalmente a plateia e preparando-a de vez para os êxitos do seu retro Moon Safari, um disco que mostrou ter claras dificuldades em impor-se a espaço aberto e para plateias tão extensas como as deste festival. “Kelly Watch The Stars”, “Sexy Boy” e “La Femme d’Argent” fizeram finalmente os AIR pisar a terra a mesma terra que o público que dispunham à sua frente, mas já foi tarde. Desse mesmo mal sofreram os Chairlift, que apresentando a pop de Moth só conseguiram mesmo ser o tónico de um par de filas da frente. Aos que estavam mais distantes o concerto oscilou tanto quanto a voz de Caroline Polachek, aquela que em palco enfraqueceu “Romeo” ou “Ottawa to Osaka”, por exemplo. O melhor momento do concerto chegou mesmo com uma versão da bela “Song to the Siren” de Tim Buckley mas ao jeito de This Mortal Coil, antes de voltar a revelar debilidades na final “Ch-Ching”, um single tão bom que merecia uma banda capaz de o vender em palco.
A gerar burburinho tiveram outras passagens pelo Palco NOS. Foi um pouco desgostoso ver os Deerhunter desperdiçar o brilho dos seus álbuns – com Halcyon Digest e até o novo Fading Frontier, parecia fácil convencer – dando assim um concerto morno e rapidamente esquecível. Bradford Cox desfilou pelo palco sem guitarra e o concerto lá foi dando alguns tiros certeiros no reconhecimento da plateia uma e outra vez. “Revival” e “Breaker” ao início mostraram algum engenho, mas um misto de «olha para o céu, parece que vai chover» e «já íamos jantar antes de Sigur Rós» tornaram quebradiça uma actuação que se concluiu em grande, com “Desire Lines” e “Snakeskin” a apurar várias vozes. Não deu para mais, talvez noutra ocasião ou noutra hora. Já os pontapés de saída deste palco tiveram sortes distintas – U.S. Girls de Meghan Remy afastaram as pessoas pela colina com a dualidade de vozes estridentes, Cass McCombs deu a banda sonora perfeita para estender a toalha axadrezada amarela e branca pelo anfiteatro natural e apreciar a sua folk e Linda Martini aproveitaram para mostrar o novo Sirumba ao Porto, divertindo-se em palco mais do que ninguém e chegando até a mergulhar no público no inesperado e agradecido encore de “Cem Metros Sereia”.
As alternativas ao Palco NOS surgiam no Palco., espaço antigamente curado pela ATP. Com aquela bela clareia circundada por árvores, este palco bateu-se por vezes nas vertentes mais experimentais. Beak>, trio que junta Geoff Barrow (Portishead), Billy Fuller (Robert Plant) e Matt Williams (Team Brick), contou com a intensidade solar para ilustrar o seu kraut com fortes linhas de baixo e de contornos psicadélicos, servindo como mimo para quem queria combater o marasmo de Destroyer de Dan Bejar uns metros mais abaixo no Palco Super Bock, que terão agradado somente a quem guarda Kaputt ou o novo Poison Season na sua colecção de discos.
Tarefa mais facilitada tiveram Savages, as tais femme fatale que deram um «concerto à homem», como se ouviu pelo recinto. As londrinas abusaram da violência dos seus riffs, tal a sujidade de “The Answer” ou a claridade de “I Am Here”. Um concerto win/win, que tanto beneficiou alguns dos mais efusivos aplausos como teve Jehnny Beth a debruçar-se sobre a plateia para “Hit Me”. A recta final teve de tudo: a força crua de “T.I.W.Y.G.” – que guitarrada, pá – o silêncio da colina para “Adore” e um bem conseguido build-up para o finale de “Fuckers”, reivindicando ser esta uma das bandas alternativas mais apreciadas pelo público nacional. A combater contra Savages estiveram, de certa forma, Floating Points em formato live, do neurocientista Sam Shepherd. Música neurótica, sim, mas alicerçada no deep house e no garage britânico, como nos mostrou em Elaenia. Há espaço para crescer o público, porque o espectáculo esteve todo lá, dos live visuals interessantes à postura de palco bastante dinâmica.
Entre outras passagens pelo Palco., Cate Le Bon perdeu a vitória do seu País de Gales no Europeu de futebol para se repetir em faixas pouco cativantes. Crab Day até pode ser um disco envolvente, mas o calor das 18 horas e a apatia monocórdica do seu rock que bebe muito dos 90’s acabaram por sentenciar a actuação. Por outro lado, os Autolux não se fizeram de rogados e testaram alguns limites do rock experimental, entre o noise e o «ei, isto lembra Sonic Youth». Com Pussy’s Dead à cabeça, e com uma aparente vontade de destruir os instrumentos em palco – Eugene Goreshter, nós vimos o que andaste a fazer ao baixo – o trio certificou-se que não eram deixadas queixas quanto à sua prestação com um final impetuoso.
De volta ao que se passou pelo Palco Super Bock, este teve sempre a sensata função de arrancar o festival a cada dia. Da presença dos catalães Manel à aposta de dois nomes da electrónica portuguesa, a proposta foi sempre de instaurar um ritmo de dança mais gentil. Aí Sensible Soccers acabaram por vingar mais com as faixas arrancadas de 8 mesmo com Villa Soledad em apresentação, apressando-se um «então e a “Sofrendo Por Você”?» pelo público assim que se despediram de palco. Falta sempre essa, rapazes. Já White Haus de João Vieira (X-Wife) mostraram em formato de banda que é possível agitar a anca sem prescrição às 17 horas. Ainda assim ambos bastante mais sóbrios do que os islandeses Kiasmos, ao final da segunda noite. Esses, depois de duas arrancadas em falso e com uns graves bastante exagerados, transformaram aquele espaço de NOS Primavera Sound numa pista de EDM, com lasers, projecções e fumo denso. O que ficou do concerto foi a estranheza de ver Ólafur Arnalds, parte deste duo, a saltitar e a puxar pelo público de mãos no ar. Depois de um BAFTA, várias colaborações com Nils Frahm e um disco de tributo a Chopin com Alice Sara Ott, Ólafur parece querer preparar-se para destronar David Guetta. Com sinal menos por este palco passou também Wild Nothing, um misto genérico de indie rock e new wave que não foi capaz de agarrar de maneira nenhuma quem os avistava ao longe.
De Julia Holter rezou a complexidade quase jazz das suas faixas, com especial foco no novo e excelente Have You In My Wilderness. Absorvida pela natureza envolvente, e com o dia transformado em noite, Julia pareceu mais desconfortável do que seria de esperar. Ao centro, de mãos no teclado, mostrou-nos quão elegantes são “Silhouette”, “Lucette Stranded on the Island”, “Feel You” e “Everytime Boots” logo a abrir. Feitas as passagens por Loud City Song e Tragedy, esquecendo o mistério de Ekstasis, foi com “Sea Calls Me Home”, “Vásquez” e com uma versão de “Don’t Make Me Over”, de Dionne Warwick, que miss Holter se despediu de um concerto morno, com um explícito pedido de regresso para se apresentar numa sala fechada. O mesmo para Explosions In The Sky, que ainda não assim não tiveram tantas dificuldades em impor a minuciosidade dos crescendos do seu post-rock. Beneficiando de um som muito alto e de estrondosos momentos coordenados pela iluminação de palco, o concerto acabou por parecer curto demais para apresentar The Wilderness e para nos lembrar da limpidez melódica de The Earth Is Not A Cold Dead Place. Um regresso saboroso ao Porto mas que continua a exigir uma aposta por cá em nome próprio.
Para firmar os créditos que lhes tem dado, tanto Parquet Courts como Algiers serviram as suas doses qb. Os primeiros pareceram engasgar o seu próprio rock, debitando algumas das faixas mais monótonas e lentas do novo Human Performance. O concerto, ainda assim, agigantou-se com “Dust”, “Berlin Got Blurry”, “Black & White” e a final “Sunbathing Animal”, dando aos fãs alguns dos mais aliciantes ritmos que fazem dos nova-iorquinos uma aposta clara no catálogo da Rough Trade. Andrew Savage e Austin Brown completaram-se nas guitarras e na voz, ficando para Sean Yeaton, no baixo, o headbang constante. Debruçados sobre mais pormenores técnicos – e com tanto a acontecer naquele palco durante uns bons 50 minutos – os Algiers também souberam justificar, e de que maneira, porque são a nova coqueluche da Matador. Uma fusão de gospel, afrobeat, industrial e post-punk com Franklin James Fisher a estender-se à voz, à guitarra, a sintetizadores, a pandeireta, a passos de dança típicos do blues rock. As tapes utilizadas de Gil Scott-Heron, as poses do baixista Ryan Mahan e a euforia de faixas como “And When You Fall”, “Black Eunuch” e “Old Girl” fizeram destes quatro tipos de Atlanta uma das mais agradáveis surpresas deste NOS Primavera Sound para muitas pessoas. Vai um aleluia para estes? Vai sim senhor.
A passarem algo despercebidos pelo festival estiveram alguns nomes do Palco Pitchfork. Car Seat Headrest de Will Toledo, um fenómeno do Bandcamp, é um bom exemplo disso. Ganhou uma discografia física a partir de 2015 com Teens of Style e em 2016 um novo disco, Teens of Denial, transformando-se já numa certeza do indie rock, aglomerando na tenda centenas de pessoas a entoar “Fill in the Blank” ou “Vincent”. Antevê-se um futuro risonho para estes, tal como se prevê para Lorely Rodriguez como Empress Of, que se mostrou muito agradada pela recepção e pela oportunidade de mostrar as qualidades synthpop de Me pela primeira vez a Portugal, com “How Do You Do It” já na ponta da língua de vários fãs. No campo do punk aqui deslumbraram Protomartyr e Royal Headache, duas bandas com dois discaços de rock lançados no ano passado. Os norte-americanos zelaram pela melodia nobre dos riffs de The Agent Intellect com Joe Casey a deambular de blazer, como se de um Nick Cave se tratasse à frente daquela crueza típica do post-punk. Já os aussie pegaram em High e nos resistentes que ali permaneciam – a banda actuou no último dia já perto das três da manhã – e transformaram o Palco Pitchfork na sua garagem, espalhando a alegria com os viciantes refrães de “Electric Shock” ou “Wouldn’t You Know”. Qualquer um destes quatro nomes mencionados pode, e deve, regressar rápido a Portugal.
Em suma, o NOS Primavera Sound 2016 valeu como um todo. O festival resultou pela sua coesão e pela sua apurada organização, com alguns pormenores no recinto que tornaram a experiência ainda melhor, como a utilização de copos ecológicos que ‘limparam’ o recinto todas as noites. À saída do terceiro dia podia-se até perguntar a uma dúzia de pessoas aleatórias pelo melhor concerto e a resposta seria (quase) sempre diferente. A falta de consenso é um bom indicador de que o festival se adaptou às preferências de muitos e que se tornou praticamente inolvidável. É quase impossível olhar para trás e não ter os dias misturados na memória, como regressada de uma exaustiva viagem intergaláctica como propôs o vídeo de apresentação do line-up desta edição. A nave descolou e aproximou-se das estrelas, e todos nós a acompanhámos.
Texto: Nuno Bernardo
Fotografias: Hugo Lima & Hugo Sousa