Rui Maia, músico e produtor de X-Wife, banda reconhecida no tratamento do rock electrónico, e também mentor do projecto Mirror People, que teve em Voyager uma plataforma dançável de new wave/disco, assina o seu primeiro registo em nome próprio. Fractured Music foi editado em formato digital e em vinil no passado dia 11 de Abril, seguindo-se algumas datas de apresentação. Depois de Guimarães, Porto e Lisboa segue-se Braga já este sábado, dia 28 de Maio, para um contacto ao vivo com uma electrónica mais abstracta, “fracturada”, texturizada pelo techno mais minimalista. Antes desse concerto no Convento do Carmo de Braga, e depois de revelado o vídeo para “Everything Is Changing”, trocámos algumas palavras com o próprio.
Ruído Sonoro: Quanto tempo levou a concluir o álbum Fractured Music e o porquê do título?
Rui Maia: Demorei cerca de 1 mês a concluir este disco. Foi um processo muito fluído com muita experimentação à mistura. O disco tem diversos erros e quebras não intencionais pelo caminho, de certa forma foram elas que deram origem ao nome Fractured Music, foi o primeiro e único título que imaginei para o disco.
RS: Existe uma faixa, ou faixas, a destacar deste novo álbum?
Rui: Naturalmente o single “Everything is Changing” que é para mim o tema que mostra o ambiente geral do álbum. “Walking For Days” é também outro momento que gosto no disco. Acho que tem uma energia muito própria e rude.
RS: Neste disco encontramos uma carga electrónica a nível da techno/psicadélica muito superior e com menos voz, comparativamente a projectos anteriores como Mirror People e X-Wife. Atribui-se esta alteração à preferência pessoal ou, por sua vez, à necessidade de surgir, exclusivamente, em título individual?
Rui: Este disco surgiu com a ideia em mente de explorar uma sonoridade que até então não tinha explorado. É se calhar o disco que me liga mais ao meu lado como DJ. De certa forma quis fazer música para a poder usar nos clubes às 5 da manhã. Quis também mostrar que o meu universo musical não se limita aos outros projectos que estou envolvido, portanto a edição em nome próprio foi o que fez mais sentido para mim, visto também ser um disco bastante pessoal, onde assumi todos os passos à excepção da masterização.

RS: Ao produzir, para que tipo público se destinam as músicas?
Rui: Acho que este disco se destina a um público que se foca mais na música de dança.
RS: Em que fase se encontra a aceitação a nível nacional? E internacional?
Rui: A aceitação está a ser incrível. Nunca imaginei que este disco tivesse a recepção que teve com tão boas cotações gerais. Tenho tido mesmo excelente feedback um pouco por todo o mundo.
RS: Onde podemos escutar as novas músicas?
Rui: Podem escutar o disco nas plataformas digitais (Spotify, iTunes por exemplo), ou podem adquiri-lo em formato vinil nas lojas de discos mais tradicionais do Porto e Lisboa (Louie Louie, Bloop ou Flur) ou online na minha loja (www.belongrecords.com).
RS: A série de live acts nacional iniciou no passado dia 7, no Musicbox. Como foi a reacção do público? O que podemos esperar (de diferente) nestas actuações?
Rui: As actuações têm corrido bem. A minha intenção é que a actuação não seja tão física mas sim mental – que o público se deixe levar pela música. Vou andar a apresentar este “Live Act” um pouco por toda a parte. É algo que me dá imenso prazer fazer.
Entrevista: Ana Margarida Dâmaso