Estrela Decadente, episódios 17 e 18, com drone, noise e fotografia

O Estrela, situado na Graça, em Lisboa, conta os seus episódios de decadência. Os dois próximos chamam com fortes argumentos nas próximas duas quinta-feiras. O episódio XVII é já dia 28 de Abril com a mostra sonoplástica do Colectivo Casa Amarela e o XVIII é a 5 de Maio com destaque para a exposição de fotografia Eyes Of Madness! de Pedro Roque – ambos com entrada livre.

Dia 28 a proposta é uma daquelas que há muito se pedia por Lisboa. O Colectivo Casa Amarela, de inúmeros projectos entre poucos nomes, tem o condão por uma noite no Estrela. A decadência envolve Aires, projecto de Vítor Bruno Pereira que tem em Fantasma o seu mais recente disco a solo, editado pela italiana Bad Panda Records. A sua estreia em palco aconteceu este ano, na 5ª edição das Sleeping_Night, no Teatro Ponec em Praga, mas chega a Lisboa para um concerto conjunto com Avoidant, o projecto mais antigo de Nelson P. Ferreira, dono de outras texturas drone, editando até hoje trabalhos a solo e colaborativos por editoras como Enough Records, Etched Traumas e Haze. O mais recente a solo é Songbook Sines, de 2013.

Depois de Aires + Avoidant pelas 21h30, há one-man-show da guitarra e field recordings de Rui P. Andrade. Ex-integrante do trio de noise/black metal Ecos, editou depois Ponta Gorda e White Mother em trabalhos colaborativos com Nelson P. Ferreira. Vessels foi o primeiro passo a solo, editado em 2012 pela BRØQN, e mais recentemente mostrou Pânico-Ambiente em colaboração com Aires, com quem prepara para o próximo verão um novo projecto intitulado Ulnar.

Uma semana depois é noite de Eyes Of Madness!. O Estrela recebe, pelas 19h00, uma exposição do fotógrafo-punk Pedro Roque, um dos mais activos fotógrafos de música que conhecemos e que mais facilmente reconhecemos, seja pelo trabalho ou pela atitude, já tendo-o visto em palco com M.O.T.Ü., Besta e Vaee Solis e atrás da mesa com DJ sets em formato Outlaw Motherfucker e mais recente com o seu novo alter-ego Mr. Gönzo. E se é pela música que as suas fotos se olham, música não poderia faltar na inauguração. Os monocromos vão-se encontrar com Filipe Felizardo & Margarida Garcia, em jeito de apresentação da nova cassete Limbo, seguido (como não poderia deixar de ser) por um DJ set Eyes Of Madness, onde Roque se reencontrará com os seus discos e a psique musical de que são feitos. E se a tradição se cumprir, fará-lo-á de copo na mão. Brindemos.