Dez motivos para ir ao NOS Primavera Sound 2015

O certame que inaugura a época dos festivais de Verão está de volta ao Parque da Cidade do Porto. Entre novas revelações e lendas vivas, o NOS Primavera Sound volta a apresentar-nos um cartaz de fazer inveja e com muito por onde escolher. Do vasto cartaz escolhemos então dez motivos pelos quais a visita ao festival, em pleno coração do Porto, deveria ser algo a considerar.

#01 Patti Smith 

Uma lenda viva e uma das almas mais importantes do movimento punk norte-americano, Patti Smith revisita o seu primeiro álbum “Horses”, de 1975, que é também um dos mais determinantes da sua carreira, produzido por John Cale, dos Velvet Underground. O registo junta o punk e o spoken word, num disco que tem tanto de vanguardista, como de tributo à década de 60. Uma celebração dos 40 anos do disco a não perder, no dia 5 de Junho, às 19h, no palco NOS. No dia anterior, Patti Smith fará também, no palco Pitchfork, às 20h, uma actuação acústica e de spoken word.

#02 FKA twigs 

Depois da lenda, a revelação. FKA twigs começou a despertar a curiosidade com dois EPs lançados em 2013, dos quais se realça o assombro de temas como “Water Me” e “Papi Pacify”. O longa-duração “LP1” veio confirmar as suspeitas e os relatos de quem viu a britânica Tahliah Debrett Barnett deixam antever uma grande actuação, com momentos com uma entrega sem igual à voz e à dança, em palco, e com um cuidado especial ao nível visual. A expectativa é muita e é quase certo que esse será um concerto a conferir. No Palco Super Bock, dia 4, às 21h10.

#03 Death Cab For Cutie 

Depois da estreia dos Death Cab For Cutie em Portugal ter sido cancelada em 2012, eis que os norte-americanos regressam, em 2015, para uma actuação no Palco Super Bock, no dia 6 de Junho, às 22h10. A expectativa para ver esta banda, de uma vaga de indie rock norte-americano, do início dos 2000s, à qual também pertencem os Modest Mouse, permanece.  Outrora considerados parte de um nicho no género, pela forma de definir e expressar a falta de emoção, trazem “Kintsugi”, o novo álbum, para apresentar. Mas não faltarão certamente temas como este “Transatlanticism”.

#04 Electric Wizard 

Depois de ainda no ano passado terem sido um dos cabeça-de-cartaz da primeira edição do festival Reverence Valada, os Electric Wizard estão de volta.  E, apesar de o NOS Primavera Sound ser um festival diverso no ramalhete de bandas que apresenta, a banda de doom inglesa apresenta-se como um bom “limpa-palato”, sendo uma óptima altura para parar e apreciar o poder de temas como “Dopethrone” e “Black Mass”. Dia 5 de Junho, às 21h15, no Palco ATP.

#05 Run The Jewels 

Falando em “limpa-palato”, eis que chegamos aos Run The Jewels. A dupla El-P e Killer Mike tem vindo a surpreender desde a edição do primeiro álbum homónimo, vindo o segundo a confirmar a sua relevância no contexto do hip-hop. “Run The Jewels 2” conta com convidados de luxo como Zach de La Rocha, dos Rage Against The Machine, e Travis Barker, dos Blink 182, que poderão ou não acompanhar a dupla na sua estreia em Portugal. A ver, dia 5 de Junho, no palco ATP, às 01h40.

#06 Jungle 

Ao mesmo tempo que os Run The Jewels, sobem ao palco Super Bock, os Jungle, que já no ano passado acabaram por passar despercebidos a muitos pelas sobreposições do NOS Alive. A banda londrina de J e T, como são conhecidos e que se apresenta ao vivo com sete elementos, pretende trazer o melhor do funk dos 70s com um toque moderno de electrónica. Para dançar madrugada adentro.

#07 Foxygen 

As despedidas são difíceis e evitamo-las, mas esta poderá ser uma a não perder. Os Foxygen, que colocaram “San Francisco” nas bocas do mundo,  com o aclamado “We are the 21st Century Ambassadors of Peace & Magic”, o segundo disco, estão a levar a cabo a sua “Farewell Tour” e a passagem pelo Porto será das últimas da digressão. O duo, que ultimamente se apresenta em palco com um total de nove membros, à semelhança dos Death Cab for Cutie, também havia cancelado a presença neste festival em 2013. Na bagagem trazem também o último disco lançado “…And Star Power”.

#08 Ought 

A banda de quatro elementos (três americanos e um australiano), que se conheceram na Universidade de Mc Gill, em Montreal, no Canadá, estava longe de imaginar que o seu longa-duração “More Than Any Other Day” fosse aclamado e levado em berço de ouro pela crítica. O quarteto começou integrado num movimento «Do-it-yourself» em Montreal e o disco deixa adivinhar essas mesmas raízes pós-punk, tendo já sido várias as comparações aos Violent Femmes e aos Talking Heads, numa fase inicial. A verdade é que o reconhecimento é merecido e a passagem pelo palco ATP, às 2h, no último dia do festival é algo a conferir.

#09 Damien Rice 

Às vezes esperar compensa e é isto mesmo que o irlandês Damien Rice nos vem ensinar ao passar pelo Palco NOS, no dia 6, às 21h. Depois de lançar o segundo álbum “9“, em 2006, muitos pensaram que o regresso do intérprete de “The Blower’s Daughter” pudesse nem sequer vir a acontecer. Oito anos depois, em 2014, eis que é lançado “My Favourite Faded Fantasy”, para muitos, um dos álbuns do ano, para um regresso em grande. “I don’t wanna change you”, será uma das faixas que ouviremos de coração apertado, na incerteza de não saber o que se seguirá na imprevisível carreira do músico.

#10 Mikal Cronin 

Mikal Cronin, músico que por vezes apoia a banda de Ty Segall em concertos, é dotado de uma capacidade única de produzir singles e canções de garage rock que se agarram à nossa cabeça que nem pastilha elástica (mas no bom sentido) e que nos fazem inevitavelmente bater o pé em consonância. Com três álbuns lançados e consolidados, vem ao NOS Primavera Sound apresentar “MCIII“, lançado este ano, mas é do anterior “MCII” de onde sai esta “Change”. A ver dia 4 de Junho, no Palco Super Bock às 18h50.

Apenas escolhemos dez, mas são vários os nomes em cartaz que merecem a atenção do público do NOS Primavera Sound. Da nossa parte, recomendamos a escolha de itinerário prévio e o uso de calçado confortável para correr alegremente de palco em palco.

Autora: Rita Bernardo