Men Eater + Hills Have Eyes @ Musicbox, 18/9/2014

O Musicbox acolheu nos dias 18, 19 e 20 de Setembro o Rock Monster, evento patrocinado pela Monster Energy e que reuniu alguns «monstros» do rock português. O primeiro dia foi marcado pelo regresso dos Men Eater aos palcos. Depois de terem entrado em hiato em 2012, a banda voltou com a sua formação original para presentear os fãs com um concerto dedicado aos temas mais antigos.

Os setubalenses Hills Have Eyes também faziam parte deste primeiro dia e coube-lhes a tarefa de dar início à noite. O arranque estava marcado para as 22h mas por essa hora ainda a sala se encontrava quase vazia. Em meia-hora o cenário compôs-se substancialmente e os HHE entraram cheios de pujança, como já são conhecidos, com ‘Hold Your Breath’. Notou-se de imediato que a maioria do público estava ali à espera de Men Eater, uma vez que foram poucos os que se demoveram em moshes e sing-alongs. Mas não foi isso que os impediu de darem o seu melhor, e foram descarregando as habituais malhas ‘All At Once’, ’21-12-2012’ e ‘Pinpoint’. Com novo álbum na calha, tivemos o privilégio de ouvir um dos temas de “Antebellum”, terceiro trabalho de originais, ainda sem data oficial mas com a promessa de sair até ao final do ano. ‘Anyway, It’s Gone’ e ‘Strangers’ ditaram a despedida.

 

Depois de uma impaciente espera, as luzes apagaram-se e os acordes de ‘Redsky’ preencheram o espaço. Os Men Eater foram entrando calmamente e, naqueles dois minutos e meio, fomos embalados na acústica de fundo até sermos atingidos pelos poderosos riffs das guitarras, numa forte lufada de som que ecoou pelas paredes da sala. “Hellstone” foi percorrido na íntegra, intercalado por faixas de “Vendaval” e do EP homónimo que já data de 2006. ‘Drivedead’ puxou os mais frenéticos para o mosh, mas tal não durou mais de um minuto. O público estava maioritariamente mais concentrado em aproveitar o momento e a deixar-se levar pelos riffs. Foi uma viagem pelo universo único e magnífico que os Men Eater construíram e nos habituaram ao longo dos anos, o que nos deixou a questionar o porquê de não existirem mais apoios para bandas com este tipo de criatividade e talento. E como o melhor costuma ficar para o fim, ‘Lisboa’ proporcionou um dos momentos mais arrepiantes da noite, com a multidão a cantar os versos em coro com Mike Correia. Foram 60 minutos que se passaram a voar, deixando muitos com água no bico e a gritar por mais, mas Mike agradeceu afirmando que “Hellstone” tinha apenas 10 músicas e eles já tinham tocado tudo o que podiam. Agradeceram novamente aos fãs por aquele momento e saíram de palco, deixando o nosso peito cheio deles e com uma vontade enorme de os voltar a ver.

Fotografia: Tomás Lisboa
Texto: Rute Pascoal