RUÍDO SONORO: Como surgiu um nome tão “agreste” como Brutal Brain Damage?
Brutal Brain Damage: Nós desde o início que tínhamos em mente “Brain Damage”, devido à sonoridade que pretendíamos ter. Depois de algumas procuras, achámos várias bandas com o mesmo nome. Andámos cerca de duas semanas a pensar em nomes para a banda, mas nada nos chamava a atenção. Foi até ao dia, em que numa conversa com o Samuel, irmão do Marco, o rapaz diz que o nome que tínhamos pensado anteriormente era brutal. Como anteriormente falado, já tínhamos pensado em Brain Damage, bastou-nos juntar o Brutal.
RS: Falem-nos um pouco da génese dos Brutal Brain Damage, desde a sua fundação até ao lançamento do EP “Borderline Syndrome”.
BBD: Tudo isto foi uma ideia do Carlos e do Pedro. Mais tarde o Marco foi convidado para se juntar ao projecto como guitarrista. Começámos a compor e ensaiar na casa do Carlos durante uns tempos e depois mudámo-nos para a casa do Marco devido a certas incompatibilidades musicais com a vizinhança. Por volta dessa altura decidimos gravar um EP de lançamento da banda e falámos com o Luís para nos gravar o mesmo. Depois da gravação decidimos juntar o Luís ao projecto que imediatamente preencheu o lugar de baixista, na altura.
RS: Quando saiu o EP já estavam a pensar neste álbum de estreia? De onde veio a inspiração para Brain Soup?
BBD: Sim, podemos dizer que sim. Quando lançámos o EP, na altura já tínhamos algumas músicas que iriam estar presentes no álbum. O nome “Brain Soup” surgiu como sinónimo de “mistura”. Quando falamos de mistura, falamos de todo o processo de composição e toda a gente que esteve ligada à composição das primeiras músicas da banda, músicas essas que estão presentes neste primeiro álbum.
Começámos a compor e ensaiar na casa do Carlos durante uns tempos e depois mudámo-nos para a casa do Marco devido a certas incompatibilidades musicais com a vizinhança.
RS: Este disco é bastante pesado mas também algo divertido. Como são as sessões de escrita e ensaios da banda? Sempre foi um objetivo ter uma sonoridade algo cómica mas sem perder a seriedade?
BBD: Na altura, a nível lírico não pensávamos sequer muito nisso. Resolvemos manter as coisas o mais simples e directas possível. Agora é bastante diferente, mas o Carlos sempre escreveu em casa e por vezes pede opiniões ao resto da banda. Muitas vezes todos temos ideias e acabamos por juntá-las todas, o que facilita algum trabalho. Desde o início do projecto que pretendemos transmitir a nossa essência no nosso trabalho, o que, com a audição deste álbum se pode confirmar.
RS: Que temáticas aborda este trabalho? Temos aqui alguma mensagem subliminar, ou “what you hear is what you get”?
BBD: Neste álbum não pretendemos transmitir nenhuma mensagem senão aproveitarem a vida ao máximo!
Podemos porventura falar ou opinar sobre certos assuntos mas não levamos as coisas ao extremo. Divirtam-se!
RS: Como tem sido a receção do público ao vivo relativamente a estes novos temas? Têm notado mais pessoal nos concertos?
BBD: Em relação aos temas novos, tanto o público como nós adoramos tocá-los ao vivo. São músicas um pouco diferentes do álbum, daí ter outro tipo de impacto nas pessoas que nos conhecem. Em relação ao público nos concertos, embora estejamos em tempos de crise é lindo ver que ainda há pessoal que vai aos concertos, que adere e ajuda as bandas em todos os sentidos, e essa aderência tem sido bastante positiva.
Desde que começámos com o projecto, sempre levámos as coisas com descontracção e nunca pensámos em grande. O que tiver que acontecer, acontece!
RS: O Grindcore é uma sonoridade para um grupo muito restrito de pessoas. Apostar nisso, em Portugal e no actual contexto socio-económico é um passo arriscado. Acham que a banda tem meios para se conseguir manter de pé? Não têm receio de ter que cessar actividades por falta de fundos?
BBD: O aspecto económico é sempre complicado para uma banda, principalmente sendo do estilo que é a nossa. Mas nós fazemos as coisas por gosto e, quem corre por isso não cansa! Sabemos perfeitamente que não dá para viver da música, especialmente no nosso país, e nem foi com esse intuito a formação deste projecto. Não ganhamos dinheiro com isto, mas também não perdemos e, enquanto continuar assim, muito bem, porque é isso que pretendemos.
RS: Já há ideias para trabalhos posteriores? Pretendem deixar-se ir pela onda ou têm objectivos específicos para onde querem que a banda chegue?
BBD: Já temos alguns projectos para um futuro próximo e vamos começar a tratar disso de dentro em breve. Vamos voltar ao estúdio para gravar mais um trabalho e vamos continuar a compor. Até agora já temos bastante material preparado. Desde que começámos com o projecto, sempre levámos as coisas com descontracção e nunca pensámos em grande. O que tiver que acontecer, acontece! Só temos de trabalhar como temos feito até agora para ir mais além.
No entanto, tal como todo o fã do nosso género musical é sempre um sonho ir tocar ao Obscene Extreme.
RS: Onde vamos poder ver os Brutal Brain Damage ao vivo nos próximos tempos? Vão tocar nalgum festival de Verão? Se não, é uma ideia entusiasmante para vocês?
BBD: Nos próximos tempos vamos ter alguns concertos e vamos a Espanha pela primeira vez. Temos já várias datas confirmadas para o Verão que serão em breve anunciadas. Festivais de Verão são claramente uma ideia entusiasmante para nós, embora cá em Portugal se façam poucos nessa altura do ano. Entretanto vamos andar uma pouco distantes dos palcos porque vamos estar a preparar o próximo trabalho. Fiquem atentos à nossa página do Facebook que estamos a cozinhar algumas novidades para todos vocês!