Como em vários anos da década passada, o frio gélido de Dezembro é também sinónimo de rock no Barreiro. Em 2025 essa correspondência volta a valer com o regresso do Barreiro Rocks, festival que celebra como poucos (ou ninguém) na Península Ibérica a cultura do garage rock. Vai ser já de 5 a 7 de Dezembro.
Em entrevista dada ao parceiro de comunicação Último Barco, o fundador e pilar Carlos Ramos (aka Picos aka Suave aka Nick Nicotine) revelou que esta é «uma edição muito sentimental», cujo cartaz é composto por artistas e bandas amigas do festival. E sentido isso faz: se é o regresso do festival, é também o regresso de muitos nomes a esta cidade da Margem Sul.
O festival não acontecerá na sua habitual casa de outrora, o pavilhão dos Ferroviários. Mas será nesse mesmo lado da linha de comboio que a festa começará, no bar Locomotiva com as boas vindas a serem dadas por A Boy Named Sue nos pratos logo pelas 18 horas de sexta-feira, dia 5. Depois será preciso atravessar a linha para se estar no centro das operações do Barreiro Rocks deste ano (e dos próximos que virão), na ADAO, entre dois espaços – o palco Crooner Vieira, que herdou o nome após a figura que durante anos motivou muita boa disposição, e o palco Party Fiesta, como se importasse realmente em que língua se parte à folia do rock.
A programação do palco Crooner Vieira a 5 de Dezembro inicia com Algumacena, banda de Alex D’Alva Teixeira e Ricardo Martins que se estreou em palco precisamente no Barreiro Rocks de 2018, antes de Chinaskee, que apresentará neste concerto uma nova formação. A noite prosseguirá com Sunflowers, que deixaram a sua marca numa sequência de concertos intensos no festival, e Vaiapraia, a liderar a marcha punk dessa noite. No palco Party Festa, a puxar pelo calor humano via proximidade, vão actuar El Señor e os locais Pista, ficando o fim da noite a cargo do DJ set de Candy Diaz.
O plano para sábado, dia 6, é começar às 16 horas para somar copos logo durante a tarde no Locomotiva ao som dos concertos de Escárnio e Os Overdoses e ainda o DJ set de Cooperativa Soundsystem.
À noite nova passagem da linha e novo foco na ADAO. No palco Crooner Vieira vai haver garage-blues-punk (se não é uma cena, deveria ser) do barreirense Fast Eddie Nelson e descarga de nuestros hermanos com os vibrantes Los Chicos e Samesugas. O programa deste palco destaca ainda os neerlandeses The Anomalys (na foto), responsáveis por um dos mais memoráveis concertos que cobrimos em reportagem no Barreiro Rocks e testemunho de como uma banda pode ganhar o estatuto de lenda no passa-a-palavra de uma cidade. Tal como na sexta-feira, haverá alternância de palcos: no palco Party Fiesta desta noite desfilará o rock de 800 Gondomar e The Jack Shits, para além das selecções musicais de DJ Shimmy, outro mito recuperado pelo festival.
A vida são dois dias e o Barreiro Rocks ‘teima’ em ser três. Dessa forma no domingo há um epílogo no período da tarde, novamente no Locomotiva, com concertos surpresa pelas 17 horas seguido de um DJ set de Nuno Rabino para arrumar as últimas energias do fim-de-semana. Felizmente segunda-feira é feriado.
Não haverá bilhetes físicos à porta, portanto todas as entradas deverão ser adquiridas pela BOL e locais habituais associados. O passe geral custa 40 euros, enquanto dos bilhetes diários para 5 de Dezembro e 6 de Dezembro podem ser obtidos a troco de 25 euros.
Está online no nosso site uma página dedicada a esta edição do Barreiro Rocks onde estão os horários dos concertos. Nessa mesma página é possível aceder ao documentário de Eduardo Morais feito a propósito do festival, assim como as reportagens feitas pela equipa Ruído Sonoro nas últimas edições antes do hiato que agora termina.