Esta semana: Godspeed You! Black Emperor com casas esgotadas em Lisboa e no Porto

Há bandas que são sinónimos dos seus géneros. Os Godspeed You! Black Emperor estão perto disso no que toca ao post-rock, em especial aquele que usa os crescendos de forma a musicar uma mensagem: assim o é com o mais recente álbum “NO TITLE AS OF 13 FEBRUARY 2024 28,340 DEAD”, a apresentar para duas salas lotadas este fim-de-semana. Será no sábado, dia 1 de Março na sala Music Station, em Lisboa, e no domingo na Casa da Música, no Porto.

O histórico colectivo de Montreal foi uma força motriz do post-rock e da música menos imediata no virar do milénio. A estreia oficial aconteceu em 1997 com F♯A♯∞, uma obra longa repleta de field recordings, ambient e drone com uma linguagem apocalíptica que se expandiu ao EP Slow Riot for New Zerø Kanada dois anos depois. Daí ao icónico Lift Yr. Skinny Fists Like Antennas to Heaven! foi um ano e já depois de Yanqui U.X.O., em 2003, é que a banda entrou num longo hiato.

Finado o primeiro período da carreira de Godspeed You! Black Emperor, que resultou em quatro trabalhos em apenas seis anos, estaríamos longe de imaginar que o segundo capítulo seria mais duradouro e igualmente prolífico. ‘Allelujah! Don’t Bend! Ascend!, em 2012, marcou o regresso da banda que viria ainda a lançar ainda ‘Asunder, Sweet and Other Distress’ em 2015, “Luciferian Towers” em 2017 e G_d’s Pee AT STATE’S END! em 2021 numa forma crescente.

“NO TITLE AS OF 13 FEBRUARY 2024 28,340 DEAD” pode ser assumido como o culminar da urgência do seu post-rock numa época mais ameaçadora e séria, com o paladar pavoroso mais próximo da realidade – de uns pelo menos, não fosse este um disco em que a banda eleva bem alto a sua bandeira de protesto. Foi mencionado, sem surpresa, como um dos discos do ano para a nossa equipa.

Na primeira parte dos dois concertos lotados estará Mat Ball, guitarrista dos igualmente canadianos BIG|BRAVE – que irão actuar no gnration, em Braga, e na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, nos dias 5 e 6 de Abril respectivamente – para actuar a solo a carregar a crueza do drone e o feedback da sua Amplified Guitar.