Nuno Bernardo

Humana Taranja no Village Underground Lisboa. Noite em cores de Zafira

Texto: Gonçalo Cardoso | Fotografia: Nuno Bernardo

Foi no passado dia 11 de Março que me desloquei até ao Village Underground Lisboa, para assistir ao concerto dos Humana Taranja. Para começar a noite, tivemos a abertura de Bonança, projecto de rock bastante interessante, onde o alternativo, psicadélico, grunge e garage andam de mãos dadas, felizes e contentes. Foi uma boa primeira parte e o público (o pouco que estava, mas já lá vamos) mostrou-se receptivo à energia da banda.

 

Chegaram então os Humana Taranja, banda do Barreiro que lançou este ano o seu primeiro álbum, Zafira. O grupo chegou inclusivamente a tocar na última edição do mítico e extinto Barreiro Rocks e este ano voltou à carga com vários concertos dados e agendados. O quinteto apresentou as novas músicas com uma segurança e um à-vontade de quem já anda na estrada há longos anos. Quer na voz e liderança de Guilherme Firmino, nos solos de David Yala, ou nas teclas e vozes secundárias de Filipa Pina, tudo soa a experiência e maturidade. A secção rítmica está muito bem entregue a Marta Inverno no baixo e Afonso Ferreira na bateria, que definiram, e bem, o ritmo da noite.

Além da qualidade musical, vê-se que é uma banda de amigos, e isso é fundamental para quem os vê tocar ao vivo, pois essa energia e amizade são transmitidas para o público. A própria estética musical promove essa dinâmica e, ao fim de duas ou três músicas, já estava tudo a dançar sem preconceitos, como foi o caso dos singles “Fado Tropical” e “Zafira”. Importa, também, dar algumas notas relativamente ao espaço. A sala onde decorreu o espectáculo é interessante, com uma dimensão razoável para este tipo de concertos. Contudo, não estava muito cheia e pedia-se uma maior adesão de público – talvez a localização pouco privilegiada e longe “da noite de Lisboa” possam afastar algo espectador curioso que por ali passe, porque não é sequer um ponto de passagem a pé.

Também por isto, os que estavam no concerto, estavam mesmo para ver as bandas, o que proporcionou um ambiente tranquilo e de família. «Poucos, mas bons». No final, foi uma boa noite, dois bons concertos de bandas que espero rever em palcos maiores ou melhores.