A digressão europeia do colectivo artístico e activista russo Pussy Riot inclui duas datas em Portugal. Primeiro no Porto, a 8 de Junho, actuam na Casa da Música, sendo a vez do Capitólio, em Lisboa, no dia seguinte.
As Pussy Riot, lideradas pela activista Maria Alyokhina, são uma peculiar forma de protesto, feminino e feminista, de geometria e dimensão variáveis, fundado em Moscovo em 2011. A fama internacional chegou através das encenações de guerrilha punk rock, riot grrrl, provocatórios e não autorizados em locais públicos invulgares, transformados em vídeos musicais e colocados na internet. Entre os temas mais abordados ganham claro destaque o femininos, os direitos LGBT e a oposição explícita e assumida ao presidente Vladimir Putin, que o grupo considera ser um ditador com ligações perigosas à Igreja Ortodoxa Russa. Foi assim endereçada a actuação icónica em plena Catedral do Cristo Salvador, em Moscovo, em 2012, considerada pelo clero ortodoxo como um sacrilégio e que terminou com a intervenção de oficiais de segurança da igreja.
Também em 2012, três membros do grupo, Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevich, foram detidas e acusadas de hooliganismo. Em Agosto do mesmo ano foram condenadas por esse alegado hooliganismo motivado por ódio religioso, sendo cada uma condenada a dois anos de prisão. Apenas Samutsevich, através de recurso, conseguiu liberdade condicional com pena suspensa. O julgamento e a sentença atraíram a atenção e o mediatismo internacionais, particularmente no Ocidente. O caso chegou a ser adoptado por grupos de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional. Depois da sua libertação, Tolokonnikova e Alyokhina, com vários outros membros, actuaram como Pussy Riot durante os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014, em Sochi, onde foram atacadas por seguranças, com bastões e gás pimenta. Já em 2018, em plena final do Campeonato do Mundo de Futebol da FIFA, quatro membros identificados de Pussy Riot invadiram o Estádio de Luzhniki disfarçados de polícia.
Em período de guerra motivada pela invasão russa ao território ucraniano, invasão essa comandada por Vladimir Putin, o activismo público entra em digressão para os palcos do Ocidente. Os bilhetes para o concerto em Lisboa já se encontram à venda através da MEO Blueticket, com o valor fixado nos 22 euros.