David Gilmour – Rattle That Lock

David-Gilmour-Rattle-That-Lock-Album-Artwork-STDJuntamente com Ritchie Blackmore e Jimmy Page, David Gilmour é, indiscutivelmente, o melhor guitarrista de todos os tempos. Apesar de idade avançada, os últimos dois anos foram muito preenchidos para Gilmour, com o lançamento do último e derradeiro álbum dos Pink Floyd, The Endless River, e agora o seu mais recente lançamento a solo, Rattle That Lock.

Claramente, tem uma direcção diferente do seu antecessor, explanando mais a sua vertente primordial, o rock e o classic blues/rock. Apesar de conter alguns elementos muito próximos de On An Island, Rattle That Lock é muito mais desviado para algo mais eléctrico com o seu instrumento a ser a principal estrela.

Quando soube do lançamento deste novo disco, estava à espera de algo mais direccionado para o álbum de 2006, algo muito mais saudosista, espiritual, e por vezes depressivo e conformista. O guitarrista surpreendeu-me com uma espécie de regresso às origens, após a difícil composição do muito simbólico The Endless River, que se tornou numa sentida homenagem a Richard Wright. Este novo lançamento consegue ser uma mistura de todos os seus antecessores, contendo elementos dos dois primeiros álbuns de 1978 e 1984, com fortes elementos do álbum de 2006. Rattle That Lock consegue impressionar pelo seu atrevimento e frescura musical com faixas como: “Rattle That Lock”, “The Girl In The Yellow Dress” e “Today”, que consegue apanhar elementos dos primeiros álbuns do artista. O restante pode-se dever à alma, espiritualidade e criatividade instrumental que On An Island consegue transmitir. Faixas como: “5 A.M”, “Beauty” e “And Then…” que são totalmente instrumentais, Gilmour consegue, como sempre, colocar a sua guitarra a chorar com a sua impecável e indiscutível técnica, são para mim típicas do estilo-Gilmour. As restantes faixas apresentam um grupo muito coeso, em que não só Gilmour merece atenção, com a introdução de instrumentos orquestrais que tornam este lançamento ainda mais espectacular e especial.

Apesar de parecer algo exagerado o que agora vou dizer, penso que se aplica totalmente a este álbum. Este lançamento pode se tornar num dos melhores do ano. Penso que tem alguns momentos mais categóricos que o seu antecessor e apresenta maior variedade musical, com a introdução do classic blues/rock, classic rock e um pouco de rock sinfónico com travos de psicadélico, principalmente nas faixas instrumentais. Enriquece e de que maneira a excelente discografia de David Gilmour, apresentando-se em grande forma com uma banda de apoio realmente muito boa.

Autor: João Braga

Álbum. Columbia Records .18/09/2015

Classificação/Rating

8.6

Este lançamento pode se tornar num dos melhores do ano. Enriquece e de que maneira a excelente discografia de David Gilmour, apresentando-se em grande forma com uma banda de apoio realmente muito boa.