Dez motivos para ir ao 21º Super Bock Super Rock

O Super Bock Super Rock sopra vinte velas e, portanto (e a Matemática tem destas coisas), parte para a sua 21ª edição. Em jeito de celebração, o festival regressa a Lisboa depois de vários capítulos junto ao Meco/Lagoa de Albufeira, na Herdade do Cabeço da Flauta, e apresenta um novo conceito no Parque das Nações.

O festival tem agora cinco palcos, uns cobertos e outros ao ar livre, em redor do gigante MEO Arena, cuja Sala Atlântico irá receber as principais atracções do evento: Sting, Blur e Florence + the Machine. O cartaz, porém, está cheio de diamantes escondidos das grandes atenções, ou seja, nos restantes palcos do evento. Daí compilamos dez motivos para visitar o festival, mas o restante line-up pode ser consultado, aqui.

 

#01 Benjamin Clementine

O autodidacta Benjamin Clementine é um dos nomes com mais falatório da música do momento. O londrino carrega nos ombros o peso das comparações com Nina Simone, mas a sua capacidade lírica e a forma como namora o piano têm correspondido. Já viveu nas ruas de Paris, tocando onde lhe era possível para sobreviver, sendo depois descoberto por um agente. No disco de estreia, “At Least For Now“, Benjamin é um talento puro confirmado.

#02 Unknown Mortal Orchestra 

Multi-Love“, tanto a faixa-título como o o disco, são ridiculamente orelhudos e prometem figurar nas listas finais de ano. É apenas o terceiro episódio de Unknown Mortal Orchestra, uma banda potenciada pelo neozelandês Ruban Nielson com as suas articuladas melodias de guitarra com uma voz que se situa entre a tranquilidade de uma praia deserta e de uma garagem imunda. Um trio que agora é um quarteto, aumentando as valências desta orquestra mortal.

#03 King Gizzard and the Lizard Wizard 

O nome da banda é quase tão grande como as jams que esta proporciona ao vivo. Os australianos King Gizzard and the Lizard Wizard foram um dos pontos mais positivos da última edição do Vodafone Mexefest e prometem relocalizar aquele frenesim de guitarras, percussão e harmónica para o Parque das Nações à imagem de “I’m In Your Mind Fuzz“, mesmo com um mais recente “Quarters!“.

#04 Bombay Bicycle Club 

Ao longo do último par de décadas é claramente possível obter um padrão para a curva de desenvolvimento de uma banda de indie rock. Depois do fulgor de um primeiro ou de um segundo álbum, o seu material vai perdendo a frescura e as atenções diminuem. O hype, esse, termina. O caso dos Bombay Bicycle Club é ao contrário. A banda tem crescido ao seu ritmo e ao quarto disco, “So Long, See You Tomorrow“, atingem o ponto alto da carreira com uma nomeação para Mercury Prize e a presença nos maiores festivais do mundo.

#05 Palma Violets 

Igualmente um fenómeno da escola do indie rock britânico, os Palma Violets lançam em 2015 o seu segundo disco depois do aclamado e popular “180“. “Danger In The Club” pode não revelar tanta inspiração (dando provas da curva mencionada no ponto anterior), mas os seus concertos devem-se manter bastante festivos e energéticos, à semelhança do que foi testemunhado em Lisboa no ano passado.

#06 SBTRKT 

Escreve-se SBTRKT, mas lê-se subtract e é o alias de Aaron Jerome. Trata-se de um dos nomes a gerar mais burburinho na música electrónica desde o seu disco de estreia, de 2011, cimentado pelos seus EPs, singles e remisturas de nomes como Radiohead, Mark Ronson, MIA, Modeselektor, Basement Jaxx ou Underworld. A sua máscara volta então a Lisboa para apresentar “Wonder Where We Land“, editado no ano passado.

#07 Toro Y Moi 

Mantendo a senda da música electrónica, Chazwick Bradley Bundick, ou Toro Y Moi, distingue-se por saber texturizar malhas de funk, R&B, indie pop, rock, sendo um dos nomes centrais do género desde “Causers of This“. Em 2015 há o quarto disco, “What For?”, que conta com a participação do multi-instrumentista Julian Lynch e ainda de Ruban Nielson (dos já mencionados Unknown Mortal Orchestra).

#08 Savages 

Imaginem quatro raparigas a partilhar discos e linhas de baixo de Joy Division e Siouxsie and the Banshees nos tempos de hoje. Savages são uma girls band com a sua força assentada no arrebatador “Silence Yourself“, disco de estreia lançado em 2013, encontrando-se neste momento a dar passos a caminho do segundo. É um dos nomes mais rock do festival.

#09 Gramatik 

São já oito discos e uma série de EPs e singles a construir a carreira do produtor esloveno Denis Jarasevic, que responde na sua música pelo nome de Gramatik. A sua electrónica única aborda o hiphop, o blues, o jazz e o techno e em cima da mesa, para 2015, está o novo EP “Epigram” e o disco “Coffee Shop Selection“, para testemunhar pela madrugada fora.

#10 O Palco Antena 3 

Ao décimo e último motivo decidimos recomendar a programação do Palco Antena 3, que selecciona e apronta vários talentos nacionais para se darem a conhecer ou a confirmar a públicos maiores. Aqui poderão ser reconhecidos nomes como We Trust, Best Youth e Gala Drop e conhecidos D’Alva, White Haus e PZ, entre outros. Artistas nacionais com discos novos para mostrar? É no Palco Antena 3.

Autor: Nuno Bernardo