Para uma primeira presença em campos musicais do reggae, foi logo sentido a razão da enorme afluência e carinho geral para com este estilo, pois, mesmo com uma noite fria de rachar, não dava para sair da Sala 1 do Hard Club sem estar minimamente suado de tanto calor proveniente da energia imparável de ambas as actuações de Dentinho com o seu último projecto (The Promised Band) tal como os mundialmente conhecidos Dub Inc.
Falando então do espectáculo em si, comecemos pelo início com os já falados Dentinho and The Promised Band. A sala a meio gás não os impediu de trazerem o seu melhor, nunca deixando a sala ir abaixo, com o público a aderir e a sentir-se cada vez mais excitado a cada música que passava. Exibindo o seu EP e com músicas tocadas pela primeira vez, ainda por editar, foi tudo calorosamente recebido pelo público, vindo de seguida a pausa necessária para recuperar o fôlego depois de 45 minutos de dança incansável, assim como para entrar o resto do público que ajudou a preencher melhor a maior sala do Hard Club, mas não ao ponto de a esgotar.
Mesmo assim, o poder da entrada dos franceses Dub Inc preencheu o que faltava, com a sua incrível fusão de músicas do mundo e reggae, sendo impossível estar parado – sim, é importante referir isto – e puxando cada vez mais pela energia de cada pessoa do público, começando logo com músicas novas, tendo até efectuado dedicatórias desde cedo a toda a gente que ali estava e que já os acompanhava desde a primeira presença em terras portuenses, datada de 2006. Com pausas rápidas para comunicar um pouco com o público só para dar a falar do próximo tema, passaram rapidamente à música que dá nome ao último álbum, de seu nome Paradise, seguida pouco depois de “Better Run” do mesmo álbum, onde realizaram uma pequena pausa mais séria, a esclarecer que a música fala da necessidade de imensas pessoas terem que mudar de cidade ou país para terem a possibilidade de uma vida melhor.
Voltando atrás no tempo, tocou-se “Murderer”, não a deixando terminar sem ter o público todo a cantar. Entre brincadeiras de obrigarem a um agachamento de toda a gente presente, na preparação de salto agrupado, e a separação do mesmo de modo a puxarem-se mutuamente em termo de competição, o concerto continuou sempre com a maior energia, que não aparentava ter fim, até terem sacado do seu hit, “Rudeboy”, acabando o concerto de forma memorável, mesmo para quem já os via repetidos.
Fotografia: Rafaela Bernardo
Texto: Artur Basto