Rita Cipriano • Yggdrasil – Wardruna [2013]
Esperei cinco anos por este álbum. Sim, cinco anos. Mas ele finalmente chegou e é tão bom que até faltam as palavras. Wardruna é daquelas coisas que não se explica, só se sente. É um retrato de uma Noruega antiga e ancestral que já não existe. Mas não é a Noruega dos vikings, dos raids, dos drakkares. Não. É a Noruega ritualista, mágica, dos xamãs, de grandes florestas, da natureza grandiosa e selvagem. E tudo isso conseguido sem artifícios, efeitos, guitarras eléctricas. São só instrumentos tradicionais que compõem esse Yggdrasil. Perfeito.
Para ouvir: “NaudiR” – Wardruna
Nuno Bernardo • This Is All Yours – alt-J [2014]
Os Britânicos alt-J, depois daquele brilhante disco de estreia que é An Awesome Wave, são alvos de uma expectativa imensa na concepção de um digno sucessor. This Is All Yours não é fruto da mesma árvore, mas está igualmente saboroso. Tem os seus pontos fracos – “Left Hand Free” é uma canção muito fora do contexto – mas o álbum ganha essencialmente em todos os episódios de “Nara”, a parte II de “Bloodflood” e ainda no single “Hunger Of The Pine”, que conta com um improvável sample de Miley Cyrus. Bom trabalho.
Para ouvir: “Every Other Freckle” – alt-J
David Matos • Venereal Dawn – Dark Fortress [2014]
Os Dark Fortress são uma banda estupidamente consistente ao longo dos seus 20 anos de carreira. Venereal Dawn segue a linha de progressão do som da banda, com a mesma qualidade a que sempre nos habituou. O Black Metal neste álbum é intercalado com momentos mais progressivos a lembrar o Blackwater Park dos Opeth, algum experimentalismo na onda do projeto Triptykon, mas tudo com a marca própria dos Dark Fortress. É o resultado de 20 anos de maturação e bom gosto.
Para ouvir: “Venereal Dawn” – Dark Fortress
Rute Pascoal • Royal Blood – Royal Blood [2014]
Ouvi-os pela primeira vez há coisa de poucas semanas por ter lido uma notícia sobre a sua vinda a Portugal em Novembro. “Out Of The Black” suscitou-me de imediato uma certa inquietação e devo tê-la ouvido umas 5 ou 6 vezes seguidas até ficar completamente viciada. O álbum homónimo tem andado a passar por aqui desde então e posso afirmar que foi uma das melhores surpresas de 2014. São riffs sujos, com influências do Garage Rock mas com um toque de Blues, e a julgar pela qualidade deste duo britânico face à sua tão recente formação, que pouco mais de um ano tem, esperam-se coisas boas para o futuro.
Para ouvir: “Out Of The Black” – Royal Blood