Dez motivos para ir ao Reverence Festival Valada 2014

Vem aí a primeira edição do Reverence Festival Valada nos dias 12 e 13 de Setembro e o Parque de Merendas de Valada do Ribatejo já estremece com as vibrações que se aproximam. Trata-se de um dos últimos festivais outdoor do Verão e as atenções do fecho estão-lhe apontadas.

Nesses dois dias irão decorrer várias dezenas de concertos, distribuídos em três palcos e com apenas seis horas para descansar. É uma oportunidade para dar tudo e gastar as últimas baterias antes que o Outono chegue. Podes conferir todo o cartaz aqui, mas nós temos dez nomes que queremos destacar.

 

#01 Hawkwind

Um dos primeiros nomes de sempre da história do space rock. Os Hawkwind andam nisto desde 1969 e nem assim chegam a 2014 como ultrapassados, mas sim como referência e influência maiores do género. Dave Brock lidera o grupo que chegou a ter como baixista, nos seus primeiros anos, Ian “Lemmy” Kilmister, antes de este sair do grupo e formar os Motörhead. Uma prova de que Hawkwind já andavam a dar cartas antes do rock se fazer com o ás de espadas.


 

#02 Electric Wizard 

“Time To Die” ainda nem foi lançado, mas nós já o ouvimos e sabemos aquilo que é capaz de proporcionar em palco. O sucessor de “Black Masses” motiva o regresso de Electric Wizard a Portugal quatro anos depois e mal podemos esperar por ouvir o rugido das guitarras ácidas e demoníacas de Jus Oborn e Liz Buckingham. A não perder.

https://www.youtube.com/watch?v=FcxznpM0F-E
 

#03 Graveyard 

Existem apenas desde 2006, mas já são um dos nomes maiores do revivalismo do rock psicadélico dos anos 70 aliado ao mundo stoner. Estes suecos também estão de regresso a Portugal depois de, tal como Electric Wizard, terem tocado no Milhões de Festa, o irmão mais velho deste Reverence Festival Valada. Fora esta componente histórica, o disco “Hisingen Blues” só por si, e mesmo não sendo o mais recente, motiva para vermos o concerto com atenção.


 

#04 The Black Angels 

Os norte-americanos The Black Angels estão bem logo a começar pelo nome, extraído de uma música de Velvet Underground. O rock psicadélico praticado pelos autores do famoso “Phosphene Dream” bebe um pouco da sua origem texana, dando-lhe o toque suficiente para se destacar. “Indigo Meadow” também é um bom disco que teremos a oportunidade de escutar em palco neste festival.


 

#05 Red Fang 

A loucura dos Red Fang já lhes levou a passear pela Europa na companhia dos Mastodon, como foi o caso do seu concerto em 2012 no Coliseu dos Recreios. Entretanto regressaram para o Milhões de Festa, mais uma vez, e para dois concertos em nome próprio no início deste ano. Se em Lisboa esgotaram o Musicbox, teremos agora mais espaço para testemunhar esta banda de Oregon na apresentação de “Whales and Leeches”, lançado no ano passado pela Relapse Records.


 

#06 Mão Morta 

O que seria de um evento repleto de nomes bons da música nova feita em Portugal sem uma das suas maiores referências? Os Mão Morta regressaram este ano aos discos e com eles regressou a polémica. Adolfo Luxúria Canibal e companhia sabem o que fazer com o poder das palavras e da música no nosso país e, mesmo sem fins de intervenção, é clara a sua aposta em angariar os mais revoltados pela política praticada por cá. Cremos que estarão muito fortes neste festival e pelo nosso relógio é hora de matar.


 

#07 Crippled Black Phoenix 

Tendo-se baseado como um supergrupo liderado por Justin Greaves, os Crippled Black Phoenix são hoje em dia uma máquina de criar baladas e viagens intemporais do rock progressivo. Foi com esse selo que lançaram obras como “200 Tons Of Bad Luck” e “I, Vigilante”, discos que estimamos por aqui. Já “White Light Generator” é o seu novo trabalho, lançado este ano, que promete ser visitado em Valada de forma rigorosa e fazendo jus ao estatuto que esta banda britânica carrega.


 

#08 Ringo Deathstarr 

Sim, o nome da banda é construído a partir do baterista de Beatles e da famosa estação espacial de Darth Vader. Embora as suas influências passem por nomes como Fugazi, My Bloody Valentine e The Smiths, foi a acompanhar os The Smashing Pumpkins em digressão que se tornaram mais célebres. Altamente contagiados pelas primeiras bandas de shoegaze, os Ringo Deathstarr prometem descolarem-se ao vivo dos rótulos que lhes são colocados.


 

#09 Process Of Guilt 

O regresso da banda portuguesa aos palcos, após alguns meses, consuma-se neste festival. Depois de dissecado ‘FAEMIN’ um pouco por todo o país e com passagens pela Europa, a banda prepara-se agora para lançar um split com os suíços Rorcal, sem se saber se apresentarão em palco algo que nos ainda seja desconhecido. De resto, é esperar o que já nos habituaram – um concerto rígido, pesado e capaz de estremecer as primeiras filas.


 

#10 Black Bombaim 

A atenção pelas bandas portuguesas estende-se ao motivo nº 10 para comparecer no Reverence Festival Valada. Este ano lançaram “Far Out”, o sucessor do aclamado “Titans”, e tem recebido igualmente boas críticas. O trio barcelense já se tem mostrado à Europa as credenciais que extraiu de “Dopesmoker”, dos Sleep, para fazer música com entidade própria e que se adapta a festivais de vários géneros. Porém, neste festival, vão-se sentir mais ladeados do que nunca.


 

Autor: Nuno Bernardo