CATACOMBE – Quidam

Catacombe -Quidam_coverPedro Sobast são nome próprio e apelido conjugados da pessoa que fez Catacombe surgir. Um EP cheio de “Memoirs” em 2008 e um primeiro álbum, “Kinetic”, em 2010, com direito a edição mundial, eram os dois trabalhos que este projecto de pós-rock tinha editado antes de mudanças estruturais. Foi com esta nova formação que os vimos como banda surpresa no Amplifest 2013, acompanhados de um bonito e resplandecente candeeiro no soalho. O mote para o LP “Quidam”, que vê a sua luz em 2014, fora emitido.

Roland Wiegner invocou mistura e masterização do mesmo jeito que o [ou]vimos fazer em discos de Omega Massif e Long Distance Calling, mas “Quidam” não é só um portento de «pós-rock com esteróides». Os belos dedilhares de quem procura serenar os ventos mais impetuosos instigam oscilações entre crescendos groove directo, sem deixar de permitir que caiamos de amores por algumas faixas ao mesmo tempo que admiramos a sua limitada violência – “Quidam” dá forma a paisagens e deslumbra do ponto de vista cinematográfico. Os seus 36 minutos totais constroem uma ideal linha de guia de reflexão com pontos assentes nos temas ‘Ninho de Vespas’, ‘Mental Confusion’ e ‘Nadir’, sendo que a outra metade do LP resguarda outras empatias. E tudo isto somado não é um acaso; é que o pós-rock explodiu há quase década e meia e as suas principais ideias foram exprimidas até à última gota ao longo de vários anos, deixando para uma nova geração de projectos a difícil tarefa de vencerem uma guerra de gastas armas, e os Catacombe singram.

Sem desafiar os cânones, as diligentes toadas rasgam a curiosidade dos cenários e involucram um traço de harmonia único directamente das «catacumbas» de Vale de Cambra. E maldito seja o ardor, pois tão aprazível é esta ‘Lolita’ pela qual nos apaixonamos.

// Nuno Bernardo

[Álbum / Raging Planet / 14 Abril 2014]

Classificação

81%

Os belos dedilhares de quem procura serenar os ventos mais impetuosos instigam oscilações entre crescendos e groove directo, sem deixar de permitir que caiamos de amores por algumas faixas ao mesmo tempo que admiramos a sua limitada violência.