ESPECIAL: Álbuns a solo IV

Tony Martin, o subvalorizado ex-frontman de muitos anos dos Black Sabbath, e Michael Sadler, o duradouro vocalista dos Saga, têm muitos anos de carreira sempre com uma qualidade acima da média, tanto nas respectivas bandas como a solo. Abaixo segue o álbum mais importante das suas carreiras a solo.

Tony Martin (Black Sabbath, Rondinelli, Star One)

Tony Martin foi o frontman dos míticos Black Sabbath durante 8 anos, nos quais lançou cinco álbuns de estúdio com o grupo. Apesar de não serem obras-primas e de não serem os mais relevantes da discografia do grupo deveriam, a meu ver, ter uma atenção maior. É verdade que existe uma mudança na sonoridade do grupo, quando comparado com as eras de Ozzy Osbourne ou Ronnie James Dio, mas mantém-se o peso e intensidade que sempre caracterizou a banda no passado. Basta verificar o bom resultado global de discos como The Eternal Idol, Headless Cross e Tyr (para muitos um álbum conceptual) que contêm uma muito boa solidez instrumental e letras bastante obscuras, típicas de um grupo que foi mantendo essas temáticas ao longo das décadas. O trabalho de Martin pode não ter sido inesquecível para os fãs do grupo, mas conseguiu acrescentar valor à discografia do grupo e ajudou a manter a reputação da mítica banda de heavy metal.

screamEm 1992, Martin lança Back Where I Belong que é mais um álbum de hard rock, ao invés de um disco de heavy metal, fugindo ao estilo que, por norma, interpreta. Mas é apenas no seu segundo disco a solo, Scream, lançado em 2005 que Tony Martin consegue ‘subir a parada’ e compor um bom disco de heavy metal, com alguns apontamentos de hard rock. Neste álbum, Martin toca todos os instrumentos com excepção para o teclado e utiliza a bateria interpretada por Cozy Powell em “Raising Hell”, uma faixa rejeitada nos Black Sabbath. É um bom álbum em que a exibição de Martin mais se destaca e em que as letras merecem grande atenção. De destacar: “Raising Hell”, “Bitter Sweet”, “I’m Gonna Live Forever”, “Scream” e “The Kids Of Today (Don’t Understand The Blues)”.

Michael Sadler (Saga)

Concordo plenamente com uma frase que li, num website, escrita por um reviewer americano que disse que a voz de Sadler pode ser comparada com as vozes de Freddie Mercury e Robert Plant. Acho que é algo que ao longo dos anos se torna mais plausível e é algo que há muito tempo tenho corroborado. Apesar de não ter a visibilidade e o carisma dos dois vocalistas acima mencionados, o vocalista galês, dos icónicos Saga, consegue ter uma das vozes mais bem colocadas e espectaculares, tanto ao vivo como em disco. O facto de estar numa banda que é, muitas vezes, ‘posta de lado’ faz com que os seus membros sejam muitas vezes esquecidos. Michael Sadler é um dos grandes artistas do seu tempo e um dos meus favoritos, com enorme destaque na banda canadiana de rock progressivo, mas também na sua pequena carreira a solo.

clearmiacheladsladsOficialmente o seu disco de estreia remonta a 1998, com o título Back Where You Belong, no entanto, em 2004, o artista lança Clear com novas faixas e versões remasterizadas de músicas do primeiro álbum. Todas as faixas são escritas pelo galês e conseguem demonstrar o poder melódico do vocalista, bem como incorporar alguns elementos de hard rock e rock progressivo, basta atentar a “Who’s Sorry Now”, “Who’s Foolin’ Who”, “Can’t Let Go”, “Lonely” e “Clear”.

Para ouvir o álbum na íntegra, basta clicar aqui. Ainda pode ser visualizado, abaixo, a faixa bónus do seu lançamento de 1998, “Magic”.

// João Braga