Geddy Lee (Rush)
O ano 2000 foi o ano de lançamento do primeiro álbum do vocalista e baixista, da lendária banda de rock progressivo, Geddy Lee. My Favorite Headache foi, para já, o único disco a solo lançado por uma mais das mais marcantes vozes e baixistas de todos os tempos. Reconhecido com diversos prémios, que glorificam a sua técnica instrumental e vocal, Lee é ainda, actualmente, um dos músicos mais idolatrados por fãs e outros músicos, tendo servido de inspiração para músicos como John Myung, Steve Harris ou Cliff Burton, entre outros.
Apesar de, My Favorite Headache, não estar ao nível dos melhores álbuns do grupo a qual pertence, Geddy Lee consegue, aqui, demonstrar uma perspectiva mais pessoal, menos complexa e menos “fantástica” das suas composições. O álbum conseguiu atingir uma boa posição nos ‘tops’ de vendas, e mostrar uma direcção musical mais comercial. As faixas “Slipping”, “My Favorite Headache” ou “Grace To Grace” receberam uma mediana projecção mediática, com esta última a passar diversas vezes na rádio. Em parceria com Ben Mink, o seu guitarrista para este álbum, todas as faixas foram escritas pela dupla canadiana. Com quase 50 minutos de duração, o disco consegue ser um excelente projecto paralelo, que Geddy Lee decidiu iniciar, em que o artista escapa da complexidade e do estilo ‘Rush’, para apresentar uma perspectiva mais pessoal, emocional e profunda de alguns aspectos da vida.
Geddy Lee – My Favorite Headache (álbum na integra)
My Favorite Headache Documentary (documentário)
David Gilmour (Pink Floyd)
O mais reconhecido membro dos lendários Pink Floyd, David Gilmour, apresenta, por si só, toda a credibilidade para apresentar uma carreira a solo de elevadíssimo nível. Todos os membros dos “grandes” Pink Floyd, apresentam interessantes projectos paralelos, mas Roger Waters e David Gilmour são os que mais notoriedade ganharam ao longo das suas carreiras. Mais tarde, falaremos de Roger Waters mas, para já, gostaria de destacar os esforços discográficos do guitarrista e vocalista.
Um pouco à semelhança com Geddy Lee, Gilmour foge à complexidade e à grandeza, por norma, produzida e composta pela banda a que pertence. No seu álbum de estreia, David Gilmour, lançado em 1978, o guitarrista demonstra uma vertente mais pessoal e íntima. Este disco de estreia, tem faixas muito inspiradas na guitarra de Gilmour, e pelos sons do Blues, Jazz e Rock, com as músicas “No Way”, “There’s No Way Out Of Here”, “So Far Away” e “Raise My Rent” como as mais emocionais e, por vezes, obscuras. A instrumental “Mihalis”, é claramente a mais ‘rockeira’ e mais inspirada nos sons de antigamente do músico, apresentando uns acordes de guitarra bastante rápidos e ‘cortantes’. David Gilmour é um excelente álbum em que o músico demonstra, a solo, a sua, já comprovada, capacidade de escrever boa música e compor excelentes peças instrumentais.
David Gilmour – David Gilmour (álbum na integra)
No ano seguinte é lançada a obra-prima, The Wall que marcou a discografia do grupo. Em 1984, um ano após o lançamento de The Final Cut dos Pink Floyd, David Gilmour lança About Face que contou com a participação de muitas estrelas da música, tais como Pete Townsend, Bob Ezrin, Jon Lord ou Steve Winwood, entre outros. O segundo álbum é para muitos uma melhoria face ao disco de estreia, possuindo uma sonoridade muito parecida com o anterior, excluindo as faixas “Cruise” ou “You Know I’m Right”, cuja sonoridade ‘foge’ um pouco ao próprio disco e ao antecessor. Seja como for, apresenta um conjunto de músicas, verdadeiramente, ‘rockeiras’ e com a guitarra a ter elevada participação e importância. Apesar de inconsistente, em termos musicais, consegue ser um bom álbum a demonstrar a qualidade, já reconhecida, de Gilmour.
Após mais de 20 anos de ausência da sua carreira a solo, decide lançar, em 2006, o seu melhor álbum intitulado, On an Island. Aqui o músico, excede-se emocionalmente, apresentando um conjunto de músicas que leva o ouvinte a um “paraíso de nostalgia e de memória”. É completamente diferente dos álbuns anteriores, influenciado, talvez, pela sua idade, Gilmour compõe um disco cheio de complexidade técnica e emocional, com as faixas “On an Island”, “The Blue”, “A Pocketful of Stones” e “Where We Start” como as mais destacadas num álbum que satisfaz os fãs de Pink Floyd e os fãs de um pop/rock mais acessível, que apesar de não ser, inteiramente, “amigo da rádio”, é com certeza um disco que pode ser ouvido por um grande leque de ouvintes de música.
Em 2008, lança o último álbum da sua discografia a solo, Live in Gdańsk, gravado em 2006 que contou com êxitos do seu disco de 2006 e clássicos dos Pink Floyd.
David Gilmour – About Face (álbum na integra)
David Gilmour – On an Island (álbum na integra)
David Gilmour – Live at Robert Wyatt’s Meltdown (concerto na integra)
// João Braga