Duas escolhas bastante óbvias para os fãs do metal progressivo e fãs de bandas como Fates Warning e Tool. Muito provavelmente, ambos são os melhores trabalhos alguma vez concebidos pelas bandas acima referidas. Com apenas quatro anos a separar os lançamentos, ambos os discos apresentam-se como duas poderosas composições musicais que se tornaram extremamente importantes em duas décadas difíceis para a música, com o surgimento de outros géneros e de novos “pseudo-artistas”.
Fates Warning – 1997 – A Pleasant Shade Of Gray
A Pleasant Shade Of Gray é um dos trabalhos mais ambiciosos e criativos da discografia do grupo americano. Composto por uma única música dividida em 12 partes, este disco apresenta-se, também, como um dos mais completos e obscuros. Apesar de não ter o consenso, tanto da crítica profissional ou fãs, este é um daqueles discos que não deixa ninguém indiferente. Consegue ser bastante diferente, em termos conceptuais ou musicais, mas ao mesmo tempo consegue assemelhar-se a muito do que a banda fez em álbuns anteriores. Neste disco, o grupo americano combina diversos estilos musicais, desde o rock progressivo até ao rock psicadélico, passando pelo metal progressivo e o rock mais emocional e clássico.
Lista de faixas para A Pleasant Shade Of Gray:
01. A Pleasant Shade Of Gray Part I
02. A Pleasant Shade Of Gray Part II
03. A Pleasant Shade Of Gray Part III
04. A Pleasant Shade Of Gray Part IV
05. A Pleasant Shade Of Gray Part V
06. A Pleasant Shade Of Gray Part VI
07. A Pleasant Shade Of Gray Part VII
08. A Pleasant Shade Of Gray Part VIII
09. A Pleasant Shade Of Gray Part IX
10. A Pleasant Shade Of Gray Part X
11. A Pleasant Shade Of Gray Part XI
12. A Pleasant Shade Of Gray Part XII
Apesar do conceito não ser inteiramente explícito, o disco traz ao ouvinte vivências obscuras e depressivas sobre uma vida falhada ou desgostosa. Depressão, desgosto, tristeza e desilusão são os temas mais “discutidos” e abordados, naquele que poderá ser um dos 20 melhores discos da década de 90. Nota-se que a banda aborda este disco de uma forma mais séria e cuidadosa quando comparado com Parallels ou Inside Out, por exemplo.
Em termos exibicionais, o grupo consegue, mais uma vez, ter uma performance de “encher o olho” com o meu destaque a ir para Ray Alder que consegue ter uma das exibições mais completas da sua carreira. Apesar de admitir que, A Pleasant Shade Of Gray não é das composições musicais mais poderosas e complexas que Fates Warning conseguiu conceber, é claramente uma das mais polivalentes e emocionais do grupo americano.
Fates Warning – A Pleasant Shade Of Gray (álbum na integra)
Tool – 2001 – Lateralus
É o terceiro álbum de estúdio dos icónicos do metal progressivo. Lateralus faz parte de um conjunto de álbuns do género que são essenciais para o conhecimento desse mesmo género musical. É, na minha opinião, um dos melhores álbuns dos últimos 25 anos, com um conceito muitíssimo bem trabalhado e inteligente. Não é um álbum conceptual, mas incorpora faixas com uma narrativa bastante complexa, como são o exemplo das faixas “Disposition”, “Reflection”, e “Triad” ou “Parabol/Parabola” que formam uma sequência conceptual.
Lista de faixas para Lateralus:
01. The Grudge
02. Eon Blue Apocalypse
03. The Patient
04. Mantra
05. Schism
06. Parabol
07. Parabola
08. Ticks & Leeches
09. Lateralus
10. Disposition
11. Reflection
12. Triad
13. Faaip De Oaid
Como disse acima, este é um dos trabalhos mais inteligentes, em que cada faixa tem um propósito e uma história relativamente complexa. “Lateralus”, a faixa-título, é sobre a sequência de Fibonacci (matemático italiano nascido no séc. XII), a música aborda a vontade do ser humano em tentar expandir o seu conhecimento sobre tudo.
Lateralus é, também, um dos discos mais misteriosos e difíceis de interpretar, com diversos truques de produção e segredos de gravação. É, amplamente, aceite como uma obra-prima do metal progressivo, e por isso mencionado aqui no Fundamentais do Progressivo. Foi colocado na posição número 123 da lista dos melhores 200 álbuns, do Rock And Roll Hall Of Fame, posição essa que não me parece muito favorável e justa para aquele que é um dos discos mais decisivos e importantes dos últimos 25 anos.
Tool – Lateralus (álbum na integra)
// João Braga