Banda: Katabatic
Álbum: Heavy Water
Data de Lançamento: 21 de Abril de 2012
Editora: Raging Planet Records
Género: Post-Rock
País: Portugal
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Membros:
Hugo – Voz, Guitarra, Percussão
João – Baixo, Sintetizador
Tiago – Guitarra
José – Bateria
01. Wonder-Room
02. Light Hexagons
03. Morsa
04. Anova
05. Heavy Water
06. Girlaxia
07. Abandónica
Por muito mais que se esteja dentro do panorama musical alternativo português, há sempre um ou outro nome que nos passa completamente ao lado. Os Katabatic, no entanto, é um daqueles que não deve passar – e se passava, que deixe de passar a partir de 2012. O seu EP de estreia, “Vago”, proporcionou certamente agradáveis escutas a quem teve oportunidade de chegar a este nome e é difícil negar que existia um potencial monstruoso naqueles quase quarenta minutos. Engraçado, por incrível que pareça, este “Heavy Water” não é muito maior. No entanto, tem estofo suficiente para integrar o lote de álbuns a constar nas listas de melhores do ano.
A primeira faixa, ‘Wonder-Room’, é uma boa sessão de aquecimento para o que se segue. Num som que (quase) dispensa palavras, os Katabatic preparam o ouvinte a meio-gás antes de puxar pelo gain em ‘Light Hexagons’. Uma corrente completamente gelada, a fazer jus ao título do álbum. Uma água pesada que se abate sobre os nossos ombros e que, em bom som, nos faz estremecer a cada batimento. Com as guitarras a serem alternadas entre um doom disfarçado e um pós-rock inteiramente bonito, dá-se conta da pujança da banda em conseguir relaxar e afligir os tímpanos em tão pouco tempo (num bom sentido). E a verdade é mesmo essa, experimentem pegar no disco e colocar no vosso sistema de som favorito enquanto lhe dão a devida atenção deitados na vossa cama ou sofá – “Heavy Water” tem tanto de zen como de Apocalipse – estas evidências surgem na trip proporcionada por ‘Anova’, a faixa mais consistente e longa do álbum. Ainda assim, não se destaca das faixas restantes, pois o álbum mantém um ambiente muito próprio ao longo da sua extensão, mesmo com a inclusão do interlúdio que dá nome ao álbum. ‘Girlaxia’ e ‘Abandónica’ tiram-nos ainda mais o fôlego, fazendo crer que talvez estes Katabatic são uma força maior em cima de um palco. Sublinha-se que este nome não pode passar mais ao lado aos fãs do género, tanto os que seguem mais a linha de Riding Pânico ou os que preferem as guitarras avassaladoras de uns Process Of Guilt.
“Heavy Water” prima pela sua solidez – a água é pesada, mas o som é bastante fluído. Quem disse, uma vez, «desta água nunca beberei», não poderia estar mais enganado.
// Nuno Bernardo
Classificação: 82/100