Na confortável e quente noite de domingo, o Musicbox recebeu a digressão que juntou Deafheaven e Russian Circles pela Europa fora. Estes primeiros em estreia absoluta em Portugal na noite anterior, na cidade do Porto, e os segundos de regresso ao nosso país quase um ano depois das datas com Boris e Saade no Porto e em Lisboa.
Os Deafheaven subiram ao palco com uma enorme frieza, devolvendo no entanto um som muito quente e acolhedor para os fãs presentes. Praticamente focados no único álbum até à data, “Roads To Judah”, a banda norte-americana tratou de exibir três das quatro faixas presentes no trabalho. O seu black metal preencheu a sala e a sua fusão de pós-rock puxou pela audiência que não os conhecia. Para terminar o concerto foi utilizada uma faixa da sua primeira demo, ‘Exit: Denied’, que poucos reconheceram. Em suma, a banda liderada por George Clarke e Kerry McCoy soube puxar pelos interessados à sua maneira e teve no próprio vocalista o seu maior ponto de foco, conseguindo estabelecer uma ligação entre as emoções e o poder que constituiem a música dos Deafheaven.
É de mencionar que os cabeças de cartaz, Russian Circles, conseguiram dar um concerto ainda melhor que o de há cerca de um ano. O som foi melhor, a sua presença em palco foi melhor, o ambiente foi melhor e acima de tudo a sua performance foi melhor. As pausas entre as músicas já não são tão compridas e as músicas do seu mais recente trabalho, “Empros” , resultam muito bem ao vivo, especialmente “Mladek”. Em relação à setlist do ano passado foram incluídas 3 temas do novo álbum e “Carpe”, e ficaram de fora “Station” e “Malko”. A única escolha inferior relativamente ao concerto anterior foi o facto de não darem início ao espectáculo com a estrondosa “Harper Lewis”.
De resto todos os membros continuam fenomenais e “Death Rides a Horse” continua a dar-nos dores de pescoço .
Acho que se pode dizer que Russian Circles é sempre um concerto a não perder.
Texto e fotografias por Manuel Casanova e Nuno Bernardo.
Agradecimentos: Prime Artists.