Banda: Amarionette
Álbum: Num Dia Mau Consegue Ver-se Para Sempre
Data de Lançamento: 12 de Março de 2012
Editora: Raging Planet/Raising Legends Records
Género: Experimental/Rock
País: Portugal
Membros:
Joana Vieira – Voz, Baixo
João Pereira – Guitarra
João Galrito – Guitarra
Miguel Loureiro – Bateria
Membros convidados:
Charles Sangnoir (LE CHANSON NOIRE)
01. A Scena do Ódio
02. Polaroid
03. Corvo de Papel
04. A. Caeiro
05. Quem Fica Para Trás Morre Sempre Primeiro
06. In Média Rés
07. Clorofórmio
08. Monstros de Ninguém
09. Tu Que Te Dizes Homem
Seguindo os contornos de LINDA MARTINI, estes AMARIONETTE também praticam um pós-rock muito bem alimentado das suas influências. Este é o álbum de estreia muito aguardado por quem segue a banda da Margem Sul desde cedo.
Para quem segue minimamente a música mais extrema de Portugal, já ouviu falar ou já conhece o nome João Galrito – ex-vocalista e guitarrista de MOURNING LENORE e também conhecido pelo seu projecto a solo (PESTILÊNCIA). Mas os AMARIONETTE não se vestem de negro. Pelo menos não tanto. Estes manifestam-se apaixonados pela poesia, algo que salta à vista ao espreitar o alinhamento constituinte. Igualmente poéticos são os contrastes das guitarras, que variam entre ritmos frenéticos e paisagens limpas. A voz de Joana Vieira, tanto na declamação de ‘A. Caeiro’ como no canto de ‘Corvo de Papel’, é ponto digno de foco na forma como surge entre o peso do instrumental para declarar a paz. E noutros campos técnicos, a presença de elementos electrónicos e o belo trabalho de Miguel Loureiro na bateria proporcionam uma dimensão extra à qualidade presente. Felizmente, tudo se conjuga de um modo equilibrado «Entre a chuva gelada» de ‘In Média Rés’, podemos assumir que os AMARIONETTE têm português suficiente para se auto-descreverem. Da sua própria maneira, espelhados nas suas líricas.
“Num Dia Mau Consegue Ver-se Para Sempre” é um grande disco. Sim, disco, porque faz sentido a utilização dessa palavra quando os músicos depositam a sua confiança no poder da língua portuguesa. E inevitavelmente, um disco indispensável aos fãs do rock nacional.
// Nuno Bernardo
Classificação: 88/100