O selo típico da casa do terror de Chelsea Wolfe, com a sua qualidade admoestada de dor e de beleza incólume... mesmo com os riscos tomados.
Soube-se traduzir as emoções e a força com que as águas gastam as rochas em dias cinzentos, cerrando-se assim a brisa suave em bonitos acordes e em ecos distintos.
Não há nada de fundamentalmente errado com o mesmo, já que aqui é apresentada uma sonoridade com força suficiente para agradar aos fãs do género. Porém, ao longo da sua audição é impossível apagar a sensação de dejá-vu que nos insiste em relembrar o ícone britânico.
Será curioso, no futuro, ver para onde a banda se direcciona. Por enquanto, o nome self-titled não podia, portanto, ser mais adequado.
Arrepiante, assombrado, negro e distorcido: o uso destes quatro adjectivos é incontornável perante "Circumambulation" e os seus sussurros.
Metidos os dedos nas feridas, acredite-se que isto é apenas uma forma de fomentar os fãs já que faz dois anos que "Set The Dial" motivou o crescimento da banda.
Se procuram uma 'No One Knows' para entoar no carro ou passagens semelhantes a uma 'Sick, Sick, Sick' ou 'The Lost Art Of Keeping A Secret', então este álbum não vos é recomendado... mas que é excelente, é.
São quarenta minutos carregados de potencial para concretizar, dando boas indicações e interesse de como Lord Dying irão evoluir com as suas digressões e contactos antes de escrever um novo disco.
“The Fleshland” é, assim, um álbum que não se intimida em mostrar orgulhosamente as suas veias de velha-guarda. Os fãs de bandas como Asphyx, Carcass ou Entombed vão por isso certamente sentir-se em casa. Para quem prefere algo mais polido e com mais definição, é melhor procurar noutro lado.
Fecha-se um ciclo e abre-se outro. Do «apocalipse» ao renascer do universo há um processo que antecede novo fim, estando os Locrian algures entre a criação e a destruição. Ou em ambos, em simultâneo.